(ANSA) - A esquiadora italiana Sofia Goggia, medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, pediu desculpas no último domingo (17) pelas suas declarações polêmicas sobre homossexuais e transexuais no mundo do esqui.
Em uma entrevista ao Corriere della Sera, Goggia deu a entender que esquiadores homossexuais não teriam coragem de disputar uma prova na pista de Streif, na Áustria, considerada uma das mais perigosas do mundo. Além disso, a italiana foi contra a presença de mulheres transgêneros na modalidade.
"Homossexuais no esqui? Entre as mulheres, algumas sim. Já entre os homens eu diria que não, porque eles precisam descer a pista do Streif de Kitzbuhel. Em nível desportivo, um homem que se transforma em uma mulher tem características físicas, incluindo hormonais, que o permite empurrar com mais força. Acho que não é correto. Acredito que as mulheres devem lutar por seus direitos, incluindo a igualdade salarial, mas mulheres são mulheres; homens são homens", declarou a atleta.
Os comentários feitos por Goggia foram muito criticados nas redes sociais. O presidente da ONG Arcigay de Bergamo, Marco Arlati, disse que ficou "desapontado" com as declarações da esquiadora.
"Estou muito desapontado com as declarações de Sofia Goggia, pois estão erradas e remetem uma mentalidade muito antiga. Suas palavras dão a percepção de um pensamento que, infelizmente, ainda paira no mundo esportivo", escreveu Ariati.
Após a repercussão negativa da entrevista, a medalhista olímpica utilizou as suas redes sociais para pedir desculpas.
"Uma árvore caindo faz mais barulho do que uma floresta crescendo. Lamento e peço desculpas a todas as pessoas que se sentiram ofendidas com as frases que saíram na minha entrevista ao Corriere della Sera. Certamente, quando eu disse isso, não quis ser de natureza discriminatória", comentou Goggia. (ANSA).