Esporte

Justiça da Itália aceita denúncia por fraude em prova de Suárez

Réus são ex-dirigentes de uma universidade de Perúgia

Luis Suárez quase se transferiu para a Juventus em 2020

Redazione Ansa

(ANSA) - O Tribunal de Perúgia, no centro da Itália, aceitou nesta terça-feira (12) a denúncia contra ex-dirigentes de uma universidade acusada de fraudar uma prova de italiano feita pelo atacante uruguaio Luis Suárez em 2020, quando ele negociava sua transferência para a Juventus.

Os réus são a ex-reitora da Universidade dos Estrangeiros de Perúgia Giuliana Grego Bolli, o ex-diretor-geral Simone Olivieri e a professora Stefania Spina, que chefiava o Centro de Certificações Linguísticas da instituição.

Eles responderão por falsidade ideológica, falsidade material e revelação de segredo oficial. Já a advogada da Juventus Maria Cesarina Turco foi absolvida.

O advogado de Olivieri, Francesco Falcinelli, disse que não está preocupado com a aceitação da denúncia. "Estou convencido de que o debate permitirá, através do contraditório probatório, a reconstrução rigorosa dos fatos históricos, dos quais poderá emergir a ausência da responsabilidade atribuída ao doutor Simone Olivieri", afirmou.

Suárez fez um exame de italiano na universidade, que é um dos principais centros de ensino do idioma no país, em 17 de setembro de 2020, quando tentava se transferir para a Juventus.

Na época, o Ministério Público e a Guarda de Finanças investigavam supostas irregularidades em processos de cidadania envolvendo a instituição e acabaram gravando conversas telefônicas que indicavam uma possível fraude no exame do atacante.

Segundo o MP, o conteúdo da prova foi "previamente comunicado" ao uruguaio pela universidade, que chegou a "pré-determinar o resultado e a pontuação do exame para corresponder aos pedidos que haviam sido feitos pela Juventus".

Suárez, que é casado com uma cidadã italiana, poderia obter a nacionalidade caso comprovasse conhecimento ao menos intermediário (nível B1) do idioma. Essa etapa era crucial para garantir sua transferência para a Juve, que não podia mais contratar extracomunitários naquela temporada.

Como não haveria tempo de concluir o processo de cidadania antes do fechamento da janela de transferências, o clube acabou desistindo do atacante, que seria contratado pelo Atlético de Madrid.

Em um depoimento à Justiça italiana, o próprio uruguaio admitiu ter recebido de Spina um arquivo com o conteúdo da prova, mas ela nega e afirma ter enviado apenas um material usado em aula.(ANSA)

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