Esporte

Relembre jogadores que 'viraram a casaca' no futebol italiano

Bonucci e Higuaín são alguns que enfureceram muitos torcedores

Çalhanoglu deixou os torcedores do Milan furiosos ao trocar o clube pela rival Inter

Redazione Ansa

(ANSA) - No futebol moderno, para a infelicidade de torcedores, está cada vez mais difícil encontrar jogadores que passam toda ou grande parte da carreira defendendo um único clube.

Nos últimos anos, algumas transferências incomodaram tanto os fãs que muitos atletas passaram a ser vistos como "traidores" ou "mercenários".

A lealdade a um time de futebol é um assunto bastante comentado, mesmo que hoje em dia seja considerado normal defender diferentes clubes durante a carreira. O grande problema para os torcedores é quando um jogador, principalmente se for uma das estrelas do elenco, se muda para um rival histórico.

Paulo Dybala

O episódio mais recente foi a ida do meia-atacante Paulo Dybala para a Roma. Embora a Juventus tenha maior rivalidade com outras equipes do país, a torcida não deixou de ficar incomodada com o adeus da "Joya", que passou sete temporadas em Turim e conquistou muitos títulos.

Dybala responsabilizou a Juventus pela sua saída, mas os torcedores não acreditaram muito na versão do argentino. Nas redes sociais, diversos usuários publicaram mensagens contra o atleta, principalmente por ele não ter aceitado nenhuma das propostas de renovação do clube piemontês. Os romanos, que não têm nada a ver com isso, receberam o meia-atacante de braços abertos, como foi visto na festa de apresentação.

Leonardo Bonucci

Além de Dybala, outro jogador que deixou os torcedores da Juventus incomodados foi o zagueiro Leonardo Bonucci. Em 2017, o casamento entre o defensor e a Velha Senhora acabou sendo interrompido abruptamente, já que ele havia aceitado uma oferta para reforçar o Milan e virar o novo capitão rossonero.

Em Turim, não era difícil ver os juventinos chamarem Bonucci de "mercenário" ou "traidor". No final das contas, o zagueiro ficou somente uma temporada em Milão, pois a equipe não vingou e foi alvo de diversas críticas dos torcedores do Milan. Cerca de um ano depois, o defensor voltou a vestir a camisa da Velha Senhora, mas até hoje não foi 100% perdoado pelos bianconeri.

Hakan Çalhanoglu

O meio-campista Hakan Çalhanoglu, por sua vez, virou "persona non grata" no lado vermelho e preto de Milão em 2021. Após quatro temporadas no Milan, o turco desenvolveu uma relação muito próxima com os rossoneri, mas tudo foi abruptamente encerrado ao ter se mudado para a grande rival Internazionale, então campeã italiana.

Extremamente hostilizado pelos milanistas, Çalhanoglu sonhava em vencer o Scudetto com os nerazzurri, mas viu a antiga equipe levantar o troféu na edição passada da liga. Nas celebrações do título do Campeonato Italiano, os torcedores do Milan queimaram camisas do turco e até fizeram as peças como uma espécie de pano de chão.

Gonzalo Higuaín e Maurizio Sarri

Um dos casos mais famosos de traição esportiva nos últimos anos na Itália, o atacante Gonzalo Higuaín deixou a cidade de Nápoles em chamas ao trocar o Napoli pela Juventus, em 2016. Nos três anos que passou no estádio San Paolo, o argentino se transformou em um ídolo para os napolitanos e sempre demonstrava amor pelos azzurri.

Em um curtíssimo espaço de tempo, Higuaín passou de um dos jogadores mais adorados a um dos mais odiados da Série A. No meio de sua trajetória em Turim, o centroavante seguiu os passos de Bonucci e também provocou um enorme mal-estar entre os fãs da Velha Senhora ao deixar a Juve para reforçar o Milan. O argentino retornou ao time bianconero e concluiu sua passagem em 2020.

Apesar de ser treinador, Maurizio Sarri trilhou um caminho semelhante ao de Higuaín. Natural de Nápoles e extremamente identificado com a torcida do Napoli, o comandante enfureceu os fãs azzurri ao aceitar comandar a Juventus em 2019, após passar uma temporada no Chelsea.

Duas vezes vice-campeão da Série A com o Napoli, Sarri permaneceu no clube do sul da Itália entre 2015 e 2018. Na temporada 2019/20, a única que liderou a Juve, o treinador venceu o sonhado Scudetto.

Romelu Lukaku

Com seus 64 gols em 95 partidas e o histórico título da liga italiana, o atacante Romelu Lukaku não demorou a cair nas graças da torcida da Internazionale. Diferentemente dos outros jogadores mencionados, o belga não se despediu dos interistas para jogar em um rival, pois retornou ao Chelsea.

A saída do artilheiro chateou os nerazzuri por ter acontecido de forma inesperada e muito rápida, pouco tempo depois da equipe ter voltado a conquistar um Scudetto depois de vários anos. Lukaku era a peça central do projeto e seu retorno ao futebol inglês desestruturou a Inter.

Após novamente ter fracassado nos Blues, Lukaku decidiu voltar ao time lombado na atual temporada, mas a torcida já deixou claro que o tratará como um jogador comum.

Zlatan Ibrahimovic

O ex-craque Roberto Baggio, o ex-meio-campista Andrea Pirlo e o atacante Zlatan Ibrahimovic foram alguns dos poucos que defenderam ao longo da carreira os três maiores vencedores do futebol italiano: Milan, Inter e Juventus.

A Velha Senhora foi quem abriu as portas do futebol italiano ao veterano jogador sueco, mas trocou a Juventus pela Internazionale em 2006, pouco tempo depois do escândalo "Calciopoli" manchar o país e rebaixar a multicampeã equipe de Turim. A saída do sueco incomodou a torcida juventina, que não passou a ver mais com bons olhos o centroavante.

Em sua primeira passagem por Milão, Ibra ganhou vários títulos nas três temporadas que ficou nos nerazzurri (2006-2009), mas interrompeu a experiência para se aventurar no Barcelona. Em 2010, o escandinavo surpreendeu ao fechar com o Milan, mas desenvolveu uma relação muito próxima com o clube, tanto que voltou depois de oito anos.

Riccardo Montolivo

O ex-meio-campista Riccardo Montolivo teve longas passagens por Milan e Fiorentina, tanto que foi capitão das duas tradicionais equipes. No entanto, o ex-jogador italiano não deixou memórias agradáveis em nenhum dos clubes.

Os torcedores da Viola não perdoaram Montolivo, que na época era um jogador importante ao clube de Florença, pela decisão de não renovar seu contrato com a Fiorentina em 2011, esperando o fim do acordo para conseguir ir sem custos para uma equipe que considerava mais competitiva.

Os milanistas, no entanto, associam a chegada de Montolivo como o início de um período de decadência, já que o ex-meio-campista reforçou o time exatamente no ano em que o jejum de títulos dos rossoneri começou. (ANSA).
   

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