(ANSA) - O advogado-geral do Tribunal de Justiça da União Europeia, Athanasios Rantos, saiu em defesa da Fifa e da Uefa nesta quinta-feira (15) contra a criação do projeto da Superliga.
Na opinião de Rantos, as duas entidades não estarão cometendo qualquer irregularidade se decidirem que os integrantes da Superliga Europeia sejam barrados dos torneios que administram, como a Liga dos Campeões, por exemplo.
"Embora a Superliga Europeia seja livre para estabelecer a sua própria competição, que seja independente e fora do ecossistema da Uefa e da Fifa, ela não pode, ao mesmo tempo, continuar participando de torneios organizados pelas duas entidades sem autorização", informou o advogado na audiência de hoje (15).
Vale destacar que o posicionamento de Rantos não é nada definitivo, mas os outros magistrados do Tribunal de Justiça da UE deverão seguir a mesma linha de pensamento do advogado grego.
Juventus, Real Madrid e Barcelona são os únicos três remanescentes do projeto da Superliga Europeia, que foi lançado por 12 times. No entanto, a competição colapsou em 48 horas por conta da saída dos times ingleses, da Inter de Milão, do Milan e do Atlético de Madrid.
Em um comunicado, a Uefa celebrou o posicionamento do advogado e reforçou que permanece contra a criação do torneio, que tem por trás a empresa A22 Sports Management.
"A Uefa saúda o parecer inequívoco do advogado-geral Athanasios Rantos, que representa um passo encorajador para manter a atual estrutura de governança dinâmica e democrática da pirâmide do futebol europeu. O parecer reforça o papel das federações na proteção do esporte, apoiando os princípios fundamentais do mérito esportivo e do livre acesso a todos os nossos membros, bem como unindo o futebol com responsabilidade e solidariedade", informou a entidade europeia, liderada por Aleksander Ceferin.
A federação ainda destacou que permanecerá unida contra a Superliga Europeia ou a "qualquer proposta separatista, que ameace todo o ecossistema do esporte europeu".
A Associação Europeia de Clubes (ECA), presidida pelo atual proprietário do Paris Saint-Germain, Nasser Al-Khelaïfi, também falou sobre o tema e manifestou "forte oposição" à criação da elitista competição.
As três potências que ainda continuam dentro do projeto da Superliga Europeia entraram com uma ação judicial contra a Uefa e a Fifa no final de outubro. O trio argumenta que as duas entidades violaram as medidas de competição da UE.
Embora tenha naufragado em pouquíssimo tempo, o polêmico torneio não está totalmente morto, tanto que Bernd Reichart foi nomeado como CEO da Superliga Europeia. (ANSA).