Esporte

Jogadora denuncia racismo em campo durante partida de futebol

Awa Sylla, do Alessandria, relata insulto por adversária

Awa Sylla

Redazione Ansa

(ANSA) - O clube italiano Alessandria denunciou que uma das jogadoras de seu time feminino, a atleta de 18 anos Awa Sylla, foi vítima de um insulto racista durante uma partida contra o Torino Women neste domingo (1º).

Segundo uma publicação do clube nas redes sociais, Sylla foi "seguida e depois ofendida com a frase 'negra de m****' por uma adversária".

"É um comportamento inaceitável e em desacordo com um lugar como o esporte", escreveu a sociedade do Piemonte, lançando a hashtag #SiamoTuttiSylla (#SomosTodosSylla, em português).

"Para mim o esporte é respeito e diversão. Eu não condeno todo o clube, somente a autora do gesto, totalmente inútil e fora de lugar. Foi intencional, me seguiu de propósito para me ofender e insultar, embora eu não tivesse dito nada a ela. Eu não reagi, mas aquela frase me fez verdadeiramente mal", disse Awa Sylla nas redes do Alessandria.

"Além disso, o árbitro estava atrás de mim. Olhei para ele e perguntei se ouviu, mas ele disse que não e que falaríamos ao fim da partida. Obviamente isso não aconteceu. É inaceitável, peço à Federação que tome providências", concluiu a jogadora.

Os dois clubes se enfrentaram em partida na categoria Eccelenza (Excelência, em português), que é a quarta divisão do futebol feminino italiano.

A ANSA confirmou que a procuradoria federal da Federação Italiana de Futebol abriu uma investigação sobre o episódio. A atleta será ouvida pelos investigadores ainda nesta segunda-feira (2).

O ministro italiano dos Esportes, Andrea Abodi, lamentou o episódio: "O racismo é insuportável em qualquer lugar, ainda mais num campo de futebol, um local esportivo. Tenho certeza de que os fatos serão esclarecidos brevemente, com decisões adequadas tomadas em consequência".

"Certas palavras, certas frases, não podem ser mais toleradas em 2023. O clube fez bem em denunciar. Para derrotar essa praga social é fundamental a colaboração com os órgãos competentes para desenvolver o fator de alfabetização cívica e tomar medidas que contrastem com um fenômeno ainda presente, frequente demais, no esporte e não só", concluiu Abodi. (ANSA).
   

Leggi l'articolo completo su ANSA.it