(ANSA) - A vitória da polêmica Superliga no Tribunal de Justiça da União Europeia provocou nesta quinta-feira (21) diversas reações na Itália, com críticas ao projeto da competição e até manifestações de apoio.
A sentença, que foi confirmada depois da ação promovida pela Superliga Europeia, diz que o monopólio da Fifa e da Uefa para autorizar competições interclubes viola as normas do bloco.
Lançado em 2021, o projeto recebeu apoio de 12 clubes do continente, entre eles Internazionale, Milan e Juventus, para a criação de um novo torneio restrito a um grupo fechado. No entanto, o campeonato elitista sofreu forte repressão de torcedores, times e políticos, nunca tendo saído do papel. Somente Barcelona e Real Madrid permaneceram no projeto.
O presidente do Comitê Olímpico Nacional Italiano (Coni), Giovanni Malagò, alertou que o Scudetto poderia ficar "marginalizado" com a presença da Superliga Europeia como um torneio paralelo.
"Existe o risco de o Scudetto se tornar marginalizado em termos de interesse. Os órgãos competentes terão que preparar planos de precaução e contramedidas em relação ao que o tribunal previu", disse o dirigente.
O ministro do Esporte da Itália, Andrea Abodi, mencionou a necessidade de "reflexões profundas" em relação ao assunto, mas cobrou por uma maior "inclusão" do projeto e "proteção das ligas nacionais".
Aurelio De Laurentiis, presidente do Napoli, estaria interessado em participar de uma conversa com outros grandes times da Europa para avaliar a construção do projeto de forma conjunta, disse uma fonte do atual campeão italiano à ANSA.
O empresário nunca fez questão de esconder que é a favor da Superliga Europeia como torneio alternativo, mas os partenopei não foram incluídos no projeto original lançado há dois anos.
Andrea Agnelli, ex-presidente da Juventus, foi outra personalidade esportiva que apoiou o resultado positivo da Superliga no tribunal do bloco. O empresário italiano, inclusive, foi um dos membros fundadores do projeto.
Entre os clubes, a Roma negou categoricamente a possibilidade de apoiar o campeonato.
"Reafirmamos a nossa posição pelos valores e ao futuro do futebol europeu. Não apoiamos de forma alguma qualquer projeto denominado Superliga, que representa um inaceitável ataque à importância dos campeonatos nacionais e aos alicerces do esporte", informaram os giallorossi em um comunicado.
A mesma linha foi seguida por Internazionale e Atalanta, enquanto a Federação Italiana de Futebol (Figc) afirmou que sairá em defesa do princípio do "mérito esportivo" e do "calendário internacional.
O experiente Claudio Ranieri, técnico do Cagliari, comentou que serão os torcedores que vão decidir se modelo proposto pela Superliga Europeia "é certo ou errado". O comandante ainda opinou que a "beleza de todas as competições é avançar pelo mérito esportivo".
Apesar da forte rejeição na Itália, Bernd Reichart, CEO da A22, empresa que está por trás do projeto, explicou que está aberto para dialogar com todo o mundo do futebol.
"Estamos muito satisfeitos por os clubes poderem olhar para a nossa proposta de forma aberta e livre de ameaças de sanções. O nosso diálogo será para convencer clubes e torcedores de que esta proposta é boa para o futebol", disse o alemão. (ANSA).