Esporte

Surpresa na Itália, Bologna vive conto de fadas com Thiago Motta

Ítalo-brasileiro colocou time na briga por uma vaga na Champions

Thiago Motta é uma das principais engrenagens do sucesso do Bologna na atual temporada

Redazione Ansa

(ANSA) - A classificação para as quartas de final da Copa da Itália, após uma virada inesperada sobre a Internazionale em pleno San Siro, foi apenas um capítulo do conto de fadas vivido pelo Bologna sob o comando do ítalo-brasileiro Thiago Motta.

O ex-volante iniciou sua trajetória na temporada passada ao assumir um rossoblù destruído internamente, tendo em vista a dolorosa separação com Sinisa Mihajlovic, que lutava contra uma leucemia, e o iminente risco de rebaixamento na Série A da Itália.

Adotando a filosofia de manter os pés no chão e pensar jogo após jogo, Motta arrumou a casa e levou o clube a um inesperado nono lugar, com 54 pontos, estabelecendo um novo recorde para os emilianos no campeonato na era dos três pontos.

O trabalho conciso e concreto do ex-jogador da Azzurra já vinha satisfazendo diretoria e torcedores, mas tomou uma proporção inesperada ao colocar o Bologna em quarto após 16 rodadas da liga italiana e brigando ativamente por uma vaga na Champions League.

Com sete vitórias, sete empates e apenas duas derrotas, o Bologna registrou seu melhor início de campeonato na história desde que a competição passou a conceder três pontos por triunfo - regra que entrou em vigor a partir de 1994/95.

Porém, antes do início arrebatador do rossoblù, Motta viu seu plantel ser revitalizado no mercado de transferências, já que perdeu três pilares da temporada anterior: Jerdy Schouten (PSV), Nicolás Domínguez (Nottingham Forest) e Marko Arnautovic (Internazionale).

Com o dinheiro arrecadado, o auxílio financeiro do dono do clube, o bilionário Joey Saputo, e o trabalho de Giovanni Sartori no mercado, responsável por arquitetar o time que elevou o patamar da Atalanta, o Bologna rejuvenesceu seu elenco ao trazer jovens promissores, como Dan Ndoye, Sam Beukema, Riccardo Calafiori, Giovanni Fabbian, Oussama El Azzouzi e Alexis Saelemaekers.

Além da garotada que chegou correspondendo, algumas peças que já estavam no clube e não tinham tanto destaque evoluíram sob a batuta de Motta, como foram os casos de Lewis Ferguson, Nikola Moro, Michel Aebischer e Charalampos Lykogiannis.

O atacante holandês Joshua Zirkzee, grande astro do elenco bolonhês, deixou a sombra de Arnautovic e ganhou a confiança de Motta para liderar o setor ofensivo da equipe. Apesar das incertezas do início, o jovem se transformou em uma máquina de gols.

A mistura de juventude e uma pitada de experiência, como Remo Freuler, Lorenzo De Silvestri e Lukasz Skorupski, deu bastante liga e o Bologna vem colhendo os frutos de um trabalho que exigiu tempo, confiança e paciência, principalmente com Motta.

A receita do sucesso do ítalo-brasileiro é bem simples: intensidade, versatilidade e competição interna. Pensando jogo após jogo, nunca dando um passo maior que a perna, o treinador exige muito trabalho e força de vontade de cada peça, além de sempre destacar que há brechas para melhorias.

Enquanto isso, o Bologna sonha em voltar a disputar uma Champions League depois de cerca de 60 anos. Caso não consiga ir para a principal competição de clubes da Europa, pois a temporada é bem longa, o rossoblù pode se contentar em voltar a jogar um torneio continental, coisa que não acontece desde 2002/03. (ANSA).
   

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