(ANSA) - Considerado uma das lendas do futebol brasileiro, o ex-jogador e treinador Mário Jorge Lobo Zagallo, único tetracampeão mundial, morreu na noite da última sexta-feira(5), aos 92 anos, no Rio de Janeiro.
Ele estava internado no hospital Barra D'Or, na zona oeste do Rio, desde o dia 26 de dezembro e morreu às 23h41 devido à falência múltipla de órgãos, resultante da progressão de diversas comorbidades previamente existentes.
O velório do multicampeão será realizado a partir das 9h30 deste domingo (7), na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na Barra da Tijuca.
A cerimônia de despedida será aberta ao público, enquanto o enterro foi marcado para 16h, no cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio.
A notícia sobre o falecimento foi confirmada em uma publicação nas redes sociais de Zagallo. "É com enorme pesar que informamos o falecimento de nosso eterno tetracampeão mundial Mario Jorge Lobo Zagallo", diz o texto.
A nota destaca que ele foi "um pai devotado, avô amoroso, sogro carinhoso, amigo fiel, profissional vitorioso e um grande ser humano". "Ídolo gigante. Um patriota que nos deixa um legado de grandes conquistas".
"Agradecemos a Deus pelo tempo que pudemos conviver com você e pedimos ao Pai que encontremos conforto nas boas lembranças e no grande exemplo que você nos deixa", completa.
A saúde do ex-técnico da canarinha já estava debilitada, principalmente em decorrência da idade avançada. Em 2022, o "Velho Lobo" chegou a ser internado para cuidar de uma infecção respiratória. Já em agosto do ano passado, ele voltou a ser hospitalizado para tratar uma infecção urinária.
Nascido na cidade de Atalaia, no estado de Alagoas, em 9 de agosto de 1931, Zagallo se mudou ainda jovem para o Rio de Janeiro, onde iniciou sua carreira como jogador nas categorias de base do América Futebol Clube. Ele também vestiu as camisas de Flamengo e Botafogo.
Zagallo venceu duas Copas do Mundo como jogador (1958 e 1962), além de uma como técnico (1970) e outra como coordenador (1994), quando o Brasil bateu a Itália nos pênaltis.
Além das quatro façanhas, ele treinou a seleção nas edições de 1974 e 1998, ano em que foi vice-campeão, e fez parte da comissão técnica do Mundial de 2006, ao lado de Carlos Alberto Parreira.
Por causa de sua carreira vitoriosa, Zagallo conquistou a mais alta honraria da Fifa, o prêmio de Ordem de Mérito, concedido em 1992. Considerado um personagem autêntico e supersticioso, ele tinha o 13 como número de sorte e proferiu uma das frases mais famosas do mundo do futebol após a vitória do Brasil na Copa América de 1997, em meio à pressão vivida no cargo: "Vocês vão ter que me engolir".
Hoje (6), a Federação Brasileira de Futebol decretou sete dias de luto para homenagear a memória da lenda. Zagallo deixa quatro filhos, além de netos e bisnetos.
Repercussão -
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou neste sábado (6) a morte de Mário Jorge Lobo Zagallo, "um dos maiores jogadores e técnicos de futebol de todos os tempos", e decretou luto oficial de três dias em todo o país.
Em nota, o petista destacou que o único tetracampeão mundial foi "um grande vencedor e símbolo de amor pela seleção brasileira e pelo Brasil".
Zagallo é o "maior vencedor individual da história da Copa do Mundo, sendo campeão duas vezes como jogador, campeão e vice como treinador e campeão como coordenador da seleção em 1994".
"Corajoso, dedicado, apaixonado e supersticioso, Zagallo era exemplo de brasileiro que não desistia nunca", acrescentou Lula, enfatizando que "é essa lição e espírito de carinho, amor, dedicação e superação que ele deixa para todo o nosso país e para o futebol mundial".
"Nesse momento de despedida, minha solidariedade aos familiares de Zagallo, seus filhos e netos, aos amigos e aos milhões de admiradores", conclui.
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