Esporte

Cerimônia de abertura dos Jogos de Paris 'fala pouco francês'

Evento terá desfile de delegações pelo Rio Sena

Redazione Ansa

O espanhol Pau Gasol, a romena Nadia Comaneci, a americana Allyson Felix. O que eles têm a ver com a França e a sua "grandeza"? Pouco ou nada, exceto que a grandeza que Paris quer celebrar no dia 26 de julho, com a abertura das com.br/brasil/noticias/esporte/2024/07/24/medalhas-de-jogos-de-paris-terao-pedacos-da-torre-eiffel_833e7282-04f7-4471-af35-7838023216ff.html">Olimpíadas de 2024, não é a da velha França e dos seus estereótipos, mas é inteiramente da nova França, "múltipla, complexa, em movimento" e universal.
    Que melhor ocasião, portanto, do que as duas semanas em que Paris será a capital do mundo? E é por isso que o presidente da comissão organizadora, Tony Estanguet, anunciou uma escolha singular para a passagem da tocha olímpica no dia que costuma ser uma concentração de excelência nacional.
    Levando, talvez, até ao limite do último portador que acende o braseiro e dá início aos Jogos - cujo mistério sobre sua identidade cresce - estarão 12 campeões internacionais, ícones do esporte sem fronteiras.
    "Vocês verão, haverá boas surpresas no revezamento da tocha olímpica. Estou pensando em 12 lendas do esporte mundial: Allyson Felix, Nadia Comaneci, Pau Gasol, Serena Williams", contou Estanguet.
    Ou seja, atletas que marcaram épocas e ultrapassaram as fronteiras nacionais em termos de notoriedade. Tudo em consonância com o sentido da cerimônia, que da ponte Austerlitz ao Trocadero oferecerá em 12 cenas "o sentido de uma França complexa, múltipla, comovente".
    A escolha dos quatro autores - a cenógrafa Fanny Herrero, a escritora premiada Leïla Slimani, o historiador Patrick Boucheron e o dramaturgo Damien Gabriac - é, em suma, inverter todos os estereótipos de "os franceses", lendo-os com humor e renunciando a qualquer "heroísmo ou demonstração de virilidade", para descrever a França como uma "mistura", um lugar de "diversidade" e, portanto, uma promessa de liberdade.
    As primeiras polêmicas foram inevitáveis, ainda que o diretor artístico, Thomas Jolly, tenha esclarecido que a cerimônia será inspirada naquela para a celebração dos 200 anos da Revolução.
    Desta forma, Comaneci - a ginasta romena que conquistou os primeiros 10 na história olímpica com um exercício em Montreal - ou Allyson Felix - a atleta feminina de maior sucesso no mundo, 14 campeonatos mundiais e 11 medalhas olímpicas - representam com o outros 10 não franceses, os portadores perfeitos de uma Paris 2024 sem fronteiras nem limites.
    Além disso, há também um roteiro inteligente e emocionante para aumentar a expectativa da figura mais aguardada, a do último portador da tocha. É tradição que este represente o cartão de visita dos Jogos.
    Em 2000, em Sydney, foi Cathy Freeman, a primeira atleta olímpica aborígene a libertar a Austrália do seu passado. Em 2004, o velejador grego Kaklamanakis, ouro em Atlanta 96. Em 2008, a ginasta chinesa Li Ning, três medalhas de ouro em Los Angeles e depois uma carreira bilionária como empreendedora esportiva, símbolo do crescimento da China.
    E em 2016, no Rio de Janeiro, foi a vez de Vanderlei Cordeiro de Lima, o maratonista que foi parado a poucos metros da linha de chegada devido à invasão imprudente de um espectador. Paris promete ir contra a tendência, mas é difícil imaginar um último portador não francês, depois de 12 campeões estrangeiros. (ANSA)

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