O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, saiu em defesa da br/brasil/noticias/esporte/2024/08/01/coi-sai-em-defesa-de-boxeadora-que-lutou-contra-italiana_101bd791-fbe1-4304-a8f1-4679130c5b60.html" target="_blank" rel="noopener">boxeadora argelina Imane Khelif, que se tornou alvo da extrema direita em diversos países por conta de sua participação nas Olimpíadas de Paris.
Classificada para as quartas de final da categoria até 66 kg após a desistência da italiana Angela Carini, Khelif nasceu mulher, porém apresenta níveis de testosterona acima da média, o que a fez ser excluída de um mundial pela Associação Internacional de Boxe (IBA), cujos parâmetros não são reconhecidos pelo COI.
"Ela é mulher e compete há seis anos em nível internacional", disse Bach à ANSA nesta sexta-feira (2), após uma reunião com a premiê da Itália, Giorgia Meloni, que havia criticado a luta entre Khelif e Carini, afirmando que não era uma disputa entre iguais.
"Concordamos em manter contato para tornar a situação mais compreensível e em melhorar o background científico sobre o qual conversamos", salientou o presidente do COI.
Nos últimos dias, diversos expoentes do governo Meloni criticaram Khelif, a começar pelo vice-premiê e ministro da Infraestrutura, Matteo Salvini, que chamou a argelina de "homem".
Definida erroneamente por veículos de imprensa no mundo todo como "transgênero", a boxeadora é uma pessoa intersexo, ou seja, com características dos dois sexos. Khelif nasceu e se identifica como mulher, mas produz níveis de testosterona compatíveis com homens.
Caso semelhante acontece com a ex-judoca brasileira Edinanci Silva, dona de dois bronzes em campeonatos mundiais e dois ouros em Jogos Pan-Americanos.
A boxeadora argelina participou normalmente das Olimpíadas de Tóquio, em 2021, quando foi eliminada pela irlandesa Kellie Harrington.
A própria Carini, que desistiu da luta contra Khelif após levar um soco no nariz logo no início, demonstrou apoio à adversária. "Eu me perguntei: quem estou enfrentando? Mas não cabe a mim decidir, e lamento também por ela, porque acabamos em um boom mediático. Quem somos nós para dizer o que é certo ou errado?", disse a italiana em entrevista ao jornal La Stampa.
"Se essa garota está aqui, existe um motivo para isso", acrescentou Carini, ressaltando que nunca pensou em não lutar e que só abandonou a disputa porque não conseguia respirar direito devido a um soco da rival. (ANSA)
Chefe do COI defende boxeadora argelina: 'Ela é mulher'
Thomas Bach lembrou histórico internacional de Imane Khelif