Esporte

Juventus luta para manter 'italianidade' após centenário

Clube da Mooca completou 100 anos de história em 2024

"Moleque Travesso" tem suas bases no bairro paulistano da Mooca

Redazione Ansa

(ANSA) - Os br/brasil/flash/cultura/2024/02/26/exposicao-em-sp-marca-150-anos-de-imigracao-italiana_49f2da13-3ae7-4c7b-adfe-0ab6fc53b79b.html" target="_blank" rel="noopener">italianos que desembarcaram no Brasil há 150 anos impactaram diretamente na criação e evolução de alguns dos clubes mais tradicionais do país, como o Juventus (SP), que comemora seu centenário em 2024, enquanto luta para manter a "italianidade".
    Nascido no bairro paulistano da Mooca após a fusão de dois times de várzea formados por operários italianos, o "Moleque Travesso" não esconde suas origens: o nome é uma homenagem à Juventus de Turim, enquanto o grená de seu uniforme remete ao Torino, rival da Velha Senhora.
    No entanto, apesar das raízes calcadas na Itália, a intensidade dessa relação vem diminuindo ao longo do tempo devido à miscigenação de povos na Mooca, antigo reduto italiano em São Paulo, mas que, ao longo do tempo, passou a abrigar também migrantes de outros locais.
    "A população começou a ser agregada com muitas outras pessoas, migrantes e imigrantes, de origens diferentes, reduzindo sensivelmente a predominância italiana, a qual, embora muito menor que no passado, ainda predomina", disse Ângelo Agarelli, historiador do Juventus, em entrevista à ANSA.
    "Independentemente dessa miscigenação, como esses costumes eram tão marcantes, muitos desses novos moradores [da Mooca] foram e são por eles influenciados, mantendo-se até hoje, embora com menor intensidade", acrescentou. Uma das formas encontradas por parte da torcida para preservar as raízes é desafiar o conceito de "futebol moderno" para valorizar tradições que persistem até hoje, como a venda de cannoli no estádio Conde Rodolfo Crespi, empresário italiano que foi um dos principais apoiadores do clube em seus primeiros anos. No Brasil, o campo é mais conhecido pelo seu endereço, a Rua Javari.
    Segundo Agarelli, a preservação das origens italianas atrai simpatia de outras torcidas para o Juventus e também ajuda na "obtenção dos patrocínios necessários à manutenção e ao crescimento do seu departamento de futebol".
    No entanto, a jornalista Beatriz Lia, autora do livro "Mooca: Só quem tem história pode contar" e torcedora juventina, destacou a necessidade de o clube não ficar estagnado no passado e buscar apoio de um grande patrocinador, como o Bragantino, que chegou à elite do futebol brasileiro após a chegada da Red Bull - o Juventus disputa atualmente a série A2 do Campeonato Paulista, torneio no qual já foi presença frequente na primeira divisão.
    "Talvez as coisas estejam assim agora justamente para manter a tradição italiana, mas talvez sejam ideias e conceitos que não funcionam mais para o clube. O principal desafio é como equilibrar a manutenção das tradições italianas sem ficar ultrapassado", disse ela à ANSA.
    Por outro lado, a jornalista elogiou as "tentativas de diversificação" do Juventus, como a abertura da sede do clube para receber shows, implementar outros esportes e atrair novos associados. (ANSA).
   

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