Lusofonia

Bloqueio do X por Moraes divide Brasil; Musk promete reagir

Direita fala em impeachment, e esquerda critica o magnata

Elon Musk durante visita a Bali, na Indonésia

Redazione Ansa

(ANSA) - A suspensão da rede social X pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), dividiu o Brasil, após a plataforma de Elon Musk ter se negado a indicar um representante legal no país.
    Em sua ordem, Moraes estabeleceu ainda uma multa diária de R$ 50 mil a quem acessar a plataforma por meio de VPNs (redes privadas virtuais), dando cinco dias para que as operadoras instituam instrumentos capazes de tornar a rede social totalmente inutilizável no Brasil.
    A suspensão do antigo Twitter no Brasil é apenas o capítulo mais recente de uma disputa entre Moraes e Musk que já se arrasta há algum tempo e que diz respeito à remoção de perfis de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
    Mas o clima nas outras redes sociais se inflamou, sobretudo pela multa ao uso de VPN para acessar o X, vista por muitos como uma punição à população e um ataque à liberdade de expressão.
    Além disso, a notícia chega em meio à campanha para as eleições municipais de outubro.
    Deputados de direita manifestaram a intenção de pedir o impeachment do ministro sob a acusação de abuso de poder, enquanto Musk colocou combustível na fogueira ao prometer divulgar provas de supostos "crimes" cometidos por Moraes.
    Já o ex-presidente Jair Bolsonaro usou o Threads, versão da Meta para enfrentar o X, para ironizar o bloqueio da rede social. "Bem-vindos à Coreia do Norte", disse.
    Por sua vez, políticos e influenciadores de esquerda defenderam a decisão de Moraes e incentivaram os usuários a migrar para outras redes sociais. "Elon Musk não passa de um playboy mimado, prepotente e arrogante. Ele sim, apaixonado por ditaduras como a de 1964, sonha com nova interferência externa na soberania de países sul-americanos", escreveu a deputada e presidente do PT, Gleisi Hoffmann, no próprio X, antes do bloqueio.
    Quem também se fez ouvir foi a Argentina, governada pelo ultraliberal Javier Milei, rival de Lula. A ministra das Relações Exteriores Diana Mondino declarou que vê "com enorme preocupação que cada vez mais países limitem a liberdade de expressão online". (ANSA).
   

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