(ANSA) - Em meio a um escândalo envolvendo prática comercial desleal, a influenciadora Chiara Ferragni, uma das mais populares da Itália, se tornou alvo nesta terça-feira (19) de uma nova acusação sobre uma campanha beneficente com ovos de Páscoa da empresa "Dolci Preziosi", realizada em 2021 e 2022.
Informações que circulam na internet apontam que uma promoção realizada pela italiana em suas redes sociais lhe permitiu ganhar muito mais dinheiro do que realmente doou para a causa criada para ajudar a "Children delle Fate", uma associação que financia projetos de inclusão social.
Segundo a jornalista Selvaggia Lucarelli, do jornal "Fatto Quotidiano", Ferragni fez uma campanha em 2021 e 2022 com ovos de Páscoa da Dolci Preziosi, que lhe rendeu dois cachês de 500 mil e 700 mil euros, sendo que a quantia doada foi de 12 mil e 24 mil euros, respectivamente.
Durante a propaganda, a influenciadora promoveu os ovos de chocolate dizendo que tanto ela como a Dolci preziosi apoiavam a associação que apoia crianças com autismo, mas na verdade era uma "operação comercial lucrativa".
"Foi mais do que um erro de comunicação", afirmou Lucarelli, aludindo à explicação de que a esposa do rapper Fedez deu para o caso envolvendo o Pandoro.
Lucarelli revela que postagens antigas promovendo ovos de Páscoa na página de Ferragni no Instagram "desapareceram rapidamente" depois que ela pediu detalhes.
Na sexta-feira passada, a Autoridade Italiana de Concorrência e Garantia de Mercado (AGCOM) anunciou uma multa de mais de 1 milhão de euros às empresas de Ferragni por uma "prática comercial incorreta" na venda de "pandoro" em colaboração com a marca de doces Balocco.
A entidade sustentou que as empresas de Ferragni "deram a entender aos consumidores que, ao adquirirem o pandoro (doce tradicional de Natal) de Balocco com o nome Ferragni, contribuiriam para uma doação ao Hospital Regina Margherita", em Turim.
A doação em questão foi de 50 mil euros e já tinha sido feita por Balocco meses antes, enquanto empresas ligadas a Ferragni arrecadaram mais de um milhão de euros graças a esta iniciativa.
"Cometi um erro de comunicação. Um erro que guardarei no futuro, separando completamente qualquer atividade de caridade, que sempre fiz e continuarei a fazer, das atividades comerciais", alegou Ferragni.
O episódio provocou até críticas da premiê da Itália, Giorgia Meloni, que, sem citar Ferragni, sustentou que os verdadeiros influenciadores "não são aqueles que ganham muito dinheiro com vestidos ou bolsas ou promovendo produtos muito caros, como panetones, fazendo as pessoas acreditarem que a caridade será feita". (ANSA).