(ANSA) - O Ministério Público de Milão concluiu as investigações contra a br/brasil/noticias/moda_e_sociedade/2024/04/09/antitruste-da-italia-abre-nova-investigacao-contra-ferragni_397195da-c026-4a7c-95b2-0f1241d6d0f2.html" target="_blank" rel="noopener">influenciadora digital Chiara Ferragni, que deve ser formalmente denunciada por fraude agravada em campanhas supostamente beneficentes de pandoros, doce natalino típico da Itália, e ovos de Páscoa entre 2022 e 2023.
O escândalo abalou o império da influencer mais seguida do país, que perdeu contratos de patrocínio nos últimos meses e ainda entrou em processo de divórcio com o rapper Fedez, separação cujos motivos ainda são desconhecidos.
Além de Ferragni, a investigação também mirou seu ex-funcionário Fabio Damato e os proprietários das empresas Balocco (Alessandra Balocco) e Dolci Preziosi (Franco Cannillo), fabricantes dos pandoros e dos ovos de Páscoa no centro do caso.
"O inquérito permitiu a reconstrução do planejamento de divulgação de comunicações de caráter enganoso, voltadas a ludibriar os consumidores quanto à ligação entre a compra dos produtos anunciados e iniciativas beneficentes", diz um comunicado assinado pelo procurador Marcello Viola.
Já os advogados de Ferragni, Giuseppe Iannaccone e Marcello Bana, afirmaram em nota que o caso "não tem qualquer relevância penal" e que os "lucros controversos" obtidos com os dois produtos já foram "resolvidos" em negociações com a autoridade italiana de regulação do setor de propaganda (Agcom).
"Chiara Ferragni confia no trabalho da magistratura e que sua inocência será esclarecida o quanto antes", ressaltou a defesa da influenciadora.
O escândalo começou após Ferragni ter sido multada em 1 milhão de euros (R$ 6 milhões) por prática comercial desleal na promoção de um pandoro com edição limitada que carregava sua marca no Natal de 2022.
A propaganda do produto fazia o público acreditar que o dinheiro obtido com as vendas seria revertido para o hospital pediátrico Regina Margherita, de Turim, mas, na verdade, a Balocco já havia feito uma doação de 50 mil euros (R$ 300 mil) antes mesmo de a campanha começar, valor muito menor do que o arrecadado posteriormente.
Mais tarde, veio à tona que algo semelhante havia acontecido com a venda de ovos de Páscoa com a marca da influenciadora em 2022 e 2023, cuja arrecadação seria revertida, segundo a propaganda, para a ONG I Bambini delle Fate, que faz projetos de inclusão social para menores portadores de deficiência.
De acordo com o Ministério Público, Ferragni teria lucrado 2,2 milhões de euros (R$ 13,2 milhões) com os dois produtos. Em meio à repercussão negativa do caso, a italiana fechou acordos para doar 1 milhão de euros (R$ 6 milhões) ao hospital e 1,2 milhão (R$ 7,2 milhões) à ONG. (ANSA).
MP conclui inquérito contra Chiara Ferragni por fraude
Caso abalou império da influenciadora mais seguida da Itália