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Harris encurrala Trump em debate acalorado nos EUA

Esse pode ter sido o último confronto entre os candidatos

Trump e Harris se cumprimentam em início de debate na Filadélfia

Redazione Ansa

(ANSA) - Por Benedetta Guerrera - O primeiro e possivelmente último debate entre br/brasil/noticias/ultimo_momento/2024/07/20/biden-deveria-renunciar-agora-diz-vice-de-trump_166db6e5-27a8-43b8-9636-ee3c8ac1e122.html" target="_blank" rel="noopener">Donald Trump e Kamala Harris foi marcado por investidas mais ou menos eficazes, escorregões do republicano e momentos de tensão, passando por temas como economia, aborto, imigração e as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza.
    O confronto foi realizado na Filadélfia, Pensilvânia, estado pêndulo mais importante para a conquista da Casa Branca, em meio a um cenário de virtual empate técnico nas pesquisas.
    "Não sou Biden nem Trump, sou a líder de uma nova geração", declarou a vice-presidente, que tinha a tarefa de se apresentar aos milhões de americanos que não a conhecem direito ou que a associam ao atual governo.
    E a candidata também "se apresentou" a Trump, que parecia não querer apertar sua mão, aproximando-se dele e dizendo: "Prazer, sou Kamala Harris". "É hora de virar a página, o meu plano é um novo caminho para o futuro", sublinhou a vice de Biden, que pela primeira vez buscou se distanciar do presidente.
    No geral, Harris conseguiu encurralar o adversário em vários momentos, com calma e determinação, mas também roubando algumas de suas expressões mais midiáticas e agressivas. Como quando o acusou de "vender os Estados Unidos à China" com sua política no setor de microchips; ou quando o acusou de ser amigo de ditadores como Vladimir Putin e Kim Jong Un, que "torcem por ele porque podem manipulá-lo".
    "Ele trocava cartas de amor com Kim", disse ela sarcasticamente. A suposta amizade de Trump com o líder do Kremlin também foi abordada pela democrata. "Se Trump fosse presidente, Putin estaria sentado em Kiev de olho na Europa", declarou Harris, que ainda provocou o magnata ao dizer que "os líderes estrangeiros riem pelas suas costas". "Você é amigo de um ditador que acabaria com você no café da manhã", ironizou.
    A candidata também se mostrou determinada na questão do aborto - "o governo e especialmente Donald Trump não deveriam dizer a uma mulher o que fazer com o próprio corpo" -, tema quente da campanha e sobre o qual o magnata mentiu ao afirmar que os democratas querem permitir a interrupção da gravidez até o "nono mês" de gestação.
    A estratégia de Harris foi também lembrar aos americanos que Trump já foi presidente com, na sua opinião, resultados desastrosos. "Ele nos deixou com o maior desemprego desde a Grande Depressão. O que fizemos foi limpar a confusão que ele criou", atacou. Além disso, declarou que uma pessoa "condenada e processada" não pode falar de "crimes de imigrantes".
    Trump, por sua vez, apostou nos clássicos de sua retórica: desde definir Harris como uma "marxista que acabou com o país com políticas malucas" até acusá-la de querer "destruir" Israel.
    Em alguns momentos, o republicano parecia irritado e nervoso, levantando a voz e demonstrando confusão diante da calma olímpica da adversária.
    E ainda cometeu uma gafe ao repetir a falsa teoria da conspiração de que imigrantes haitianos comem os cachorros e gatos de estimação dos americanos, sendo desmentido na sequência pelos moderadores.
    O magnata tentou constranger a democrata a respeito da desastrada retirada americana do Afeganistão, um ponto delicado para o governo Biden, mas Harris rebateu que foi Trump quem fez um acordo com o Talibã e convidou o grupo para Camp David.
    No fim, o republicano afirmou que "nunca tinha debatido tão bem na sua vida", acusando os moderadores do ABC News de terem sido "tendenciosos". Harris, por sua vez, pediu imediatamente um segundo debate, um sinal de força e confiança em seu desempenho.
    (ANSA).
   

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