(ANSA) - O secretário-geral da br/brasil/noticias/ultimo_momento/2024/01/23/conselho-de-seguranca-da-onu-tem-novo-embate-sobre-oriente-medio_ceff741f-70e9-49e9-a9be-09c95918c588.html" target="_blank" rel="noopener">ONU, António Guterres, alertou neste domingo (22) que o Líbano arrisca se tornar uma nova Faixa de Gaza, em meio à escalada dos ataques de Israel contra o grupo xiita Hezbollah.
A declaração foi dada em entrevista à CNN, às vésperas do início da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York.
"O que me preocupa é a possibilidade de transformar o Líbano em outra Gaza", afirmou Guterres, após uma onda de bombardeios israelenses que deixaram cerca de 50 mortos desde a última sexta-feira (20), incluindo comandantes de alto escalão do Hezbollah.
O grupo xiita é apoiado pelo Irã e aliado do Hamas na Faixa de Gaza, onde a guerra iniciada em 7 de outubro, após atentados com 1,2 mil mortos em Israel, já fez mais de 41 mil vítimas, em sua maioria civis.
"Está claro para mim que nenhum dos dois lados [Israel e Hamas] está interessado em um cessar-fogo, e isso é uma tragédia, porque essa guerra precisa parar", disse Guterres.
O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, já reiterou em diversas ocasiões que não vai parar a guerra enquanto não resgatar os cerca de 100 reféns remanescestes em Gaza e não aniquilar o Hamas.
"Metade dos reféns mantidos como prisioneiros em Gaza ainda está viva", declarou o primeiro-ministro em uma reunião a portas fechadas da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento, segundo a emissora Kan.
Enquanto isso, a tensão segue alta na fronteira libanesa, com mais de 150 mísseis lançados pelo Hezbollah desde a noite de sábado (21). Segundo o grupo, alguns foguetes atingiram complexos industriais militares em Israel, em resposta à explosão coordenada de pagers e walkie-talkies que deixou dezenas de mortos no Líbano na semana passada.
No entanto, o presidente de Israel, Isaac Herzog, negou "categoricamente qualquer conexão" do país com o ataque aos dispositivos eletrônicos. Netanyahu, por sua vez, disse que o Hezbollah sofreu "uma série de golpes inimagináveis". "Se eles não tinham entendido a mensagem, garanto que agora entenderão", salientou.
Em meio à escalada da tensão no Oriente Médio, militares israelenses invadiram a sede da emissora árabe Al Jazeera, do Catar, em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, para notificar sobre o fechamento do canal por 45 dias.
A chegada dos soldados foi transmitida ao vivo pela rede, que definiu o episódio como "criminoso". Em maio, o governo israelense havia proibido o funcionamento da Al Jazeera no país com o argumento de riscos à segurança nacional.
A emissora, que já perdeu quatro jornalistas mortos na cobertura da guerra em Gaza, nega a acusação. (ANSA).