Mundo

Ataques israelenses no sul do Líbano matam mais de 490 pessoas

Entre as vítimas estão pelo menos 35 crianças

Redazione Ansa

(ANSA) - Pelo menos 492 pessoas, incluindo 35 crianças, morreram em ataques israelenses no sul do Líbano nesta segunda-feira (23), maior número de vítimas no país em um único dia desde o início da guerra na Faixa de Gaza, que provocou um aumento das hostilidades entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah, aliado do Hamas.
     "Isso é o que sabemos até agora", disse o ministro da Saúde do país, Firass Abiad, em coletiva de imprensa. "Milhares de famílias fugiram das áreas atingidas", acrescentou.
    Desde a semana passada, as explosões coordenadas de pagers e walkie-talkies, ação atribuída pelo Hezbollah a Tel Aviv, e ataques aéreos de Israel em Beirute fizeram dezenas de vítimas no Líbano e deixaram cerca de 5 mil feridos. O premiê Najib Mikati acusou o país vizinho de promover uma "guerra de extermínio" e exortou a ONU, que recebe nesta semana os debates de líderes na Assembleia-Geral, a "desencorajar a agressão israelense".
    Já o aiatolá Ali Sistani, principal autoridade religiosa xiita no Iraque e no mundo, pediu "todos os esforços possíveis para frear" as investidas contra o Líbano.

Foto
Ataque israelense contra vilarejo no sul do Líbano

 
    Hospitais no sul e no leste do país interromperam cirurgias não urgentes para se concentrar nos cuidados aos feridos, enquanto cidadãos receberam mensagens israelenses pedindo que evacuassem para fugir de ataques iminentes, segundo o Ministério da Informação do Líbano.
    De acordo com as Forças de Defesa de Israel (IDF), os bombardeios atingiram "mais de 800 alvos" do Hezbollah nesta segunda-feira, incluindo mísseis, bases de lançamento, drones e depósitos de foguetes, e os ataques continuarão ao longo do "futuro próximo".
    "As IDF realizarão ataques maiores e precisos contra alvos terroristas que estão amplamente disseminados pelo Líbano", disse o porta-voz militar Daniel Hagari.
    Ao ser questionado se Israel considera realizar uma incursão terrestre no país vizinho, Hagari respondeu que o Exército "fará todo o possível" para que residentes do norte israelense evacuados possam voltar para casa em segurança.
    Já o Hezbollah disse ter atingido duas "bases israelenses com dezenas de mísseis" (ANSA).
   

Israel ataca Beirute

(ANSA) - As Forças de Defesa de Israel lançaram um ataque "mirado" em Beirute, capital do Líbano.
    De acordo com o jornal Haaretz, o alvo seria Ali Karaki, comandante do Hezbollah no sul libanês e número 3 do grupo xiita. Ele foi nomeado para o cargo no sábado passado (21), após a morte do chefe militar Ibrahim Aqil em um bombardeio israelense em Beirute.
    O premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu para os libaneses abandonarem zonas de conflito. "Não deixem que o Hezbollah coloque suas vidas e de seus entes queridos em perigo. Uma vez que terminar nossa operação, vocês poderão voltar sãos e salvos para suas casas", disse.
    O primeiro-ministro ainda acusou o grupo xiita de usar os libaneses como "escudos humanos", repetindo a estratégia retórica adotada com o Hamas na Faixa de Gaza. "Eles colocaram mísseis em suas garagens, mísseis que estão voltados para nossas cidades. Para defender nosso povo, devemos eliminar essas armas", salientou. (ANSA).
   

Governo brasileiro condena ataques

O governo brasileiro divulgou nesta segunda-feira (23) um comunicado condenando os ataques efetuados pelas forças israelenses no Líbano, que deixaram centenas de mortos e milhares de feridos, incluindo crianças e mulheres.

   Além de apelar para que as partes envolvidas cessem imediatamente as hostilidades e interrompam a escalada das tensões, o Palácio do Itamaraty "deplorou" os recentes posicionamentos de Israel sobre as operações em território libanês.

   "O governo brasileiro condena, nos mais fortes termos, os contínuos ataques aéreos israelenses contra áreas civis em Beirute, no Sul do Líbano e no vale do Beqaa. Também deplora declarações de autoridades israelenses em favor de operações militares e da ocupação de parte do território libanês e expressa grave preocupação ante exortações do governo israelense para que civis libaneses evacuem suas residências naquelas regiões", diz a nota.

Leggi l'articolo completo su ANSA.it