(ANSA) - A presidência brasileira do br/brasil/noticias/mundo/2024/11/18/meloni-e-trudeau-perdem-foto-de-familia-do-g20_cedef461-1797-412a-aba6-19aa0336dca4.html" target="_blank" rel="noopener">G20 divulgou na noite desta segunda-feira (18) a declaração dos líderes do grupo, que traz uma menção tímida à guerra na Ucrânia, reflexo das posições divergentes dentro do bloco a respeito do conflito.
O tema aparece na terceira página do documento, que dá "as boas-vindas a todas as iniciativas construtivas e relevantes que apoiem uma paz abrangente, justa e duradoura, mantendo todos os princípios da Carta da ONU sobre promoção de relações pacíficas, amigáveis e de boa vizinhança entre nações".
"Especificamente sobre a guerra na Ucrânia, destacamos o sofrimento humano e os impactos negativos colaterais da guerra na segurança alimentar e energética global, nas cadeias de abastecimento, na estabilidade macrofinanceira, na inflação e no crescimento", afirma o texto, que não cita a Rússia nominalmente.
Ao todo, a declaração dos líderes tem 22 páginas divididas em 85 parágrafos, abordando temas como situação política e econômica internacional, inclusão social e luta contra a fome e a pobreza, desenvolvimento sustentável, transição energética e ação climática, além de reforma da governança global.
O documento também expressa "profunda preocupação com a situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza e com a escalada no Líbano", sublinhando a "necessidade urgente de expandir o fluxo de assistência e de reforçar a proteção a civis".
"Afirmando o direito palestino à autodeterminação, reiteramos nosso compromisso inabalável com a visão da solução de dois Estados, com fronteiras seguras e reconhecidas, compatíveis com o direito internacional e as resoluções da ONU. Estamos unidos em apoiar um cessar-fogo abrangente em Gaza e no Líbano", apontaram os líderes do G20.
De acordo com o texto, "todos os Estados devem abster-se da ameaça ou uso da força para buscar ganhos territoriais contra a soberania ou independência política de qualquer país".
"Afirmamos que todas as partes devem cumprir com suas obrigações sob o direito internacional e condenamos todos os ataques contra civis e infraestruturas", acrescenta.
O documento ainda reconhece que "o mundo produz comida suficiente para erradicar a fome" e que é necessária "vontade política" para aumentar o acesso a alimentos, tese encampada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu ano à frente do G20.
"À luz disso, lançamos a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e damos as boas-vindas à sua abordagem inovadora para mobilizar recursos e compartilhar conhecimento para [...] reduzir a fome a pobreza ao redor do mundo", diz a declaração.
Ainda no campo das desigualdades, o G20 afirma respeitar a "soberania tributária", mas se compromete a buscar medidas para assegurar que os super-ricos sejam "efetivamente taxados". "A tributação progressiva é uma das chaves para reduzir as desigualdades domésticas, fortalecer a sustentabilidade fiscal e promover crescimento sustentável, equilibrado, forte e inclusivo", afirma o documento.
Além disso, o G20 declara apoio à presidência da COP29, que havia cobrado do grupo um "sinal claro" a respeito da luta contra a crise climática, e reitera o compromisso com "negociações bem-sucedidas" na cúpula ambiental da ONU em Baku.
"Também declaramos nosso apoio à presidência da COP30, em 2025", ressalta o texto, em referência à conferência climática marcada para novembro do ano que vem, em Belém (PA). (ANSA).