(ANSA) - Milhares de pessoas saíram às ruas no Líbano nesta quarta-feira (27) para festejar o início do cessar-fogo br/brasil/noticias/mundo/2024/11/26/netanyahu-anuncia-cessar-fogo-com-hezbollah-no-libano_78cac0fb-b3d3-4d22-b770-ee7f699c6f1f.html" target="_blank" rel="noopener">de 60 dias entre Israel e o grupo xiita Hezbollah, medida que muitos esperam que possa abrir caminho para uma trégua com o Hamas na Faixa de Gaza.
Imagens veiculadas pela imprensa internacional mostram dezenas de pessoas com bandeiras do Hezbollah e pôsteres do finado líder do movimento, Hassan Nasrallah, morto em um bombardeio israelense em Beirute, enquanto celebram em subúrbios no sul da capital, reduto do grupo.
O acordo prevê que Israel retire gradualmente suas forças do sul do Líbano, espaço que será ocupado pelo Exército do país árabe com cerca de 5 mil soldados. Em pronunciamento à nação, o premiê Najib Mikati disse que o acordo abre uma "nova página" na história do Líbano e cobrou que Tel Aviv respeite o pacto.
Enquanto isso, um funcionário do escritório político do Hamas, aliado do Hezbollah, declarou à agência AFP que o grupo palestino está "pronto para um acordo de cessar-fogo e de troca de prisioneiros". "O anúncio da trégua no Líbano é uma vitória e um grande sucesso da resistência", afirmou o dirigente.
Já a premiê da Itália, Giorgia Meloni, destacou nesta quarta que o cessar-fogo é uma "oportunidade para estabilizar a fronteira entre Israel e Líbano" - o país europeu tem papel de destaque na Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil), alvo de ataques dos dois lados em conflito nos últimos meses.
"A Itália dá as boas-vindas ao anúncio de um cessar-fogo no Líbano, objetivo pelo qual o governo estava empenhado havia tempos", acrescentou.
O governo do Líbano acusou o Exército de Israel de disparar duas vezes contra civis que tentavam voltar para casa no sul do país, após a entrada em vigor do cessar-fogo de 60 dias com o Hezbollah.
A notícia foi divulgada pelo Ministério da Informação, que diz que a artilharia israelense abriu fogo nas zonas de Kfar Kila e Odaisseh, nos arredores da "Linha Azul" que demarca a fronteira entre os dois países.
Após o início da trégua, centenas de civis tentaram voltar para suas casas, mesmo aqueles que tiveram seus lares destruídos por Israel no sul do Líbano.
Já as Forças de Defesa Israelenses (IDF) disseram ter atirado contra "suspeitos" na região e que "respeitam" o acordo de cessar-fogo.
Mais tarde, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ordenou que o Exército do país não permita o retorno da população a vilarejos evacuados durante a guerra contra o Hezbollah no sul do Líbano.
Em comunicado, o gabinete de Netanyahu diz que as IDF prenderam quatro supostos "agentes do Hezbollah, incluindo um comandante local, que haviam entrado na área proibida". "Continuaremos agindo duramente contra quaisquer violações", acrescenta a nota.
Um pouco antes, o porta-voz em língua árabe das IDF já havia proibido os civis libaneses de retornar para vilarejos no sul do país, uma vez que militares israelenses continuam na região.