(ANSA) - O líder da oposição na Síria, Mohamed al-Bashir, anunciou nesta terça-feira (10) que foi formalmente nomeado pelos rebeldes como primeiro-ministro interino do país até 1º de março de 2025.
A informação foi divulgada durante pronunciamento televisionado, após decisão da Direção de Operações Militares, órgão do grupo islamita Hayat Tahrir al-Sham (HTS), ou Organização para a Libertação do Levante, antigo braço da Al Qaeda no país.
Bashir será responsável por formar o governo de transição com um mandato "para lidar com assuntos correntes" que durará até o próximo dia 1º de março. "As consultas para a escolha dos ministros estão em andamento", acrescentou ele.
Em seu primeiro discurso, o novo premiê afirmou que sua meta é dissolver "os serviços de segurança e abolir a lei antiterrorismo", em referência às agências de controle do regime encarnadas durante 54 anos pela família Assad, apontada como responsável pela violação sistemática dos direitos humanos.
A "lei antiterrorismo" substituiu em 2012 as leis marciais impostas desde a década de 1960 e serviu para justificar a existência de tribunais especiais para a prisão de opositores e dissidentes. Estima-se que, de 2012 até hoje, mais de 150 mil pessoas tenham acabado na prisão na Síria por crimes de opinião.
O nome de Bashir é confirmado após uma reunião realizada no palácio do governo em Damasco, imposta pelo comandante das forças pró-turcas. O primeiro-ministro cessante, Muhammad Jalali, também participou do encontro, principalmente para instruir o novo premiê sobre os procedimentos a seguir nestes momentos delicados de transição.
Apesar da escolha, especialistas alertam que Bashir é um político sem a experiência necessária para gerir um governo nacional, após a queda do ditador Assad. (ANSA).
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, declarou que o país vai "reconhecer e apoiar fortemente" um futuro governo sírio que resulte de um processo de transição “inclusivo e transparente”, além de confirmar “compromissos claros de respeitar plenamente os direitos das minorias e facilitar o fluxo de assistência humanitária a todos aqueles que dela necessitam”.
Abu Mohammed al-Jolani, líder do grupo islamita Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que derrubou o ditador Bashar al-Assad, afirmou nesta terça-feira (10) que a comunidade internacional "não tem mais nada a temer da Síria".
"O medo veio da presença do regime. O país caminha para o desenvolvimento e a reconstrução. Está caminhando em direção à estabilidade. O povo está exausto da guerra. Então, o país não está pronto para outra guerra e não entrará nela", declarou o chefe dos rebeldes em entrevista à Sky News.
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