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Merkel admite não ter previsto invasão russa à Ucrânia

Ex-chanceler alemã falou sobre Putin em entrevista à TV italiana

Redazione Ansa

(ANSA) - A ex-chanceler da Alemanha br/brasil/noticias/uniao_europeia/2022/11/28/merkel-expressa-luto-por-tragedia-em-ischia_56c034d1-ca21-49bf-96dc-fad20a6e8b38.html">Angela Merkel revelou que não esperava que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, fosse atacar o território ucraniano integralmente.
    A declaração foi dada durante entrevista ao programa italiano "Che tempo che fa", conduzido pelo jornalista Fabio Fazio, na noite do último domingo (15), para a apresentação de seu livro de memórias "Liberdade: Memórias 1954-2021".
    "Eu não esperava assim, tenho que dizer com sinceridade. Eu esperava que Putin continuasse a atacar a Ucrânia de alguma forma, talvez até mesmo [a região de] Donbass. Mas não esperava que ele a atacasse completamente, com esta brutalidade", afirmou ela.
    Merkel destacou que, em sua opinião, a pandemia de Covid-19 "contribuiu para esta situação", acelerando um desenvolvimento desfavorável neste sentido, porque durante muito tempo não havia contato presencial.
    "Putin tinha muito medo da doença e por isso ficou impossível falar com ele pessoalmente, comunicar-se diretamente com ele", justificou ela, enfatizando que, com a distância, não deu para "discutir, dissecar os argumentos e talvez isso tenha sido negativo" para a crise que foi desencadeada, algo "terrível para todos, especialmente para o povo ucraniano".
    A ex-chanceler alemã defendeu ainda a decisão de celebrar numerosos acordos comerciais com Moscou quando ela estava no poder em Berlim (2005-2021).
    Questionada sobre se a União Europeia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) mudaram de alguma forma as relações com Moscou com a expansão para o Leste, Merkel garantiu que nenhum acordo foi desfeito com o governo de Putin.
    "Não quebramos nenhum pacto com a Rússia. Mas a Rússia atacou a Ucrânia", acrescentou ela.
    Já em relação à Europa, Merkel ressaltou que há "uma responsabilidade humanitária" e é preciso "acolher os refugiados, os migrantes, aqueles que estão em pior situação, mas as pessoas não devem pagar aos contrabandistas, não devem confiar neles".
    Falando sobre a sua decisão de acolher mais de um milhão de refugiados sírios em 2015, a ex-chanceler foi questionada se concorda com a escolha de muitos países europeus de suspender os pedidos de asilo dos sírios.
    "Foi correto acolher esses refugiados em 2015. Agora a situação é se desenvolvendo rapidamente, [Bashar al-] Assad caiu, mas não sabemos o que vai acontecer, e espero que haja um desenvolvimento pacífico na Síria", disse ela, concluindo que é preciso esperar o que vai acontecer "e quem for responsável tomará as decisões necessárias". (ANSA).
   

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