Política

PGR pede ao STF que autorize investigação no Min. da Educação

Jornais revelaram que pastores atuavam para liberar verbas

Milton Ribeiro está no meio de um escândalo no MEC

Redazione Ansa

(ANSA) - O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu autorização para o Supremo Tribunal Federal (STF) na noite desta quarta-feira (23) para abrir uma investigação para verificar se "pessoas sem vínculo" com o Ministério da Educação atuavam para liberar verbas da pasta para prefeitos.

A relatora do caso é a ministra Cármen Lúcia, que já atuava como relatora dos pedidos apresentados sobre o escândalo feitos por bancadas políticas, partidos e congressistas nos últimos dias.

O escândalo foi revelado pelo jornal "Folha de S. Paulo" e confirmado por outros veículos de imprensa, que divulgaram novas informações, como o "Estado de S. Paulo" e o jornal "O Globo".

De acordo com as denúncias, os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura intermediavam pedidos para o MEC e com o ministro Milton Ribeiro. Em uma gravação telefônica repercutida pelos jornais, o titular da pasta dizia que repassava verba do ministério para prefeitos de diversas cidades do Brasil a pedido dos dois pastores.

Em outro áudio, um prefeito chegou a dizer que eles pediram "1 kg de ouro" para liberar dinheiro do MEC. Nenhum dos dois tem cargos na pasta, mas tiveram quase 20 compromissos com o ministro em um ano.

Segundo o "Estadão", o ministério também tinha um "gabinete paralelo" como aquele que foi denunciado durante a Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado (CPI) da Covid-19 no Ministério da Saúde.

Já a "Folha" publicou um áudio em que Ribeiro diz, durante uma reunião com prefeitos, que estava tomando medidas após "um pedido especial que o presidente da República [Jair Bolsonaro] fez para mim sobre a questão de Gilmar", um dos pastores envolvidos no escândalo. "Porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar", diz em outro trecho publicado pelo jornal.

Após as primeiras denúncias, Ribeiro negou irregularidades e uma nota oficial do MEC ressalta que "não há a possibilidade" do ministro determinar a realocação dos valores para "favorecer ou desfavorecer qualquer município ou estado".

Nesta quinta-feira (24), a Comissão de Educação do Senado aprovou a convocação de Ribeiro para que ele preste esclarecimentos sobre o caso. A previsão é que ele vá ao local na próxima quinta-feira (31). (ANSA).
   

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