Política

PF abre inquérito para investigar possível corrupção no MEC

Escândalo envolve pastores e ministro Milton Ribeiro

Milton Ribeiro está no meio de um escândalo no Ministério da Educação

Redazione Ansa

(ANSA) - A Polícia Federal instaurou um inquérito nesta sexta-feira (25) para investigar um possível repasse irregular de verbas do Ministério da Educação, mais especificamente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), para dois pastores que "intermediavam" valores com prefeitos de pequenas cidades.

A ação foi aberta após a Controladoria-Geral da União (CGU) fazer uma sindicância interna e detectar possíveis fraudes e corrupção nos repasses do MEC. Além dessa investigação, também foi aberta uma outra análise sob determinação da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O caso refere-se a um escândalo revelado pelo jornal "Folha de S. Paulo", de que os pastores Arilton Moura e Gilson Santos, que não tem cargos na pasta, intermediavam o envio de dinheiro do FNDE para prefeituras pequenas do interior do país. Em troca, receberiam valores por essa "ajuda", ou seja, propinas. Em um dos casos, um prefeito relatou que eles chegaram a pedir "1 quilo de ouro".

Além da "Folha", os jornais "Estado de S. Paulo" e "O Globo" também conseguiram confirmar as informações com vários prefeitos sobre a atuação dos dois pastores. Segundo o "Estadão", funcionava no MEC uma espécie de "gabinete paralelo" como o que existia no Ministério da Saúde e que foi revelado pela Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado (CPI) da Covid-19.

Um dos áudios obtidos pela "Folha", durante uma reunião com prefeitos, mostrava que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, relatava que o presidente Jair Bolsonaro tinha feito um "pedido especial" para ajudar Gilmar.

Em nota, o MEC disse que Ribeiro negava todas as irregularidades e que "não há a possibilidade" do titular da pasta ter favorecido alguém com verbas.

Na noite desta quinta-feira (24), Bolsonaro falou sobre o assunto em sua live semanal e disse que "colocava a cara no fogo" para defender Ribeiro, que estaria "sendo perseguido".

Também nesta quinta, a Comissão de Educação do Senado aprovou um convite formal para que o ministro compareça ao local no dia 31 de março para prestar esclarecimentos. (ANSA).
   

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