(ANSA) - O Ministério da Justiça e Segurança Pública do Brasil informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão da extradição do mafioso italiano Rocco Morabito, conhecido como "rei da cocaína", por conta de um processo e um pedido de prisão em aberto no país, informou a revista "Veja" nesta quarta-feira (29).
Segundo a publicação, a notificação formal foi enviada no dia 28, quatro dias depois da ministra do STF, Cármen Lúcia, ter dado o prazo de 30 dias para que Morabito fosse entregue para as autoridades italianas.
Ainda conforme o Ministério, o secretário nacional de Justiça, José Vicentini Santini, havia autorizado a extradição no dia 22 com base em um documento da Polícia Federal de que ele não tinha pendências no Brasil. Porém, no dia 27, a PF informou à uma agência da pasta que uma ordem de prisão e um processo estavam em aberto em São Paulo.
Pela lei brasileira, ninguém pode ser extraditado se estiver respondendo a um crime passível de prisão em território nacional. Casos excepcionais, precisam de uma liberação judicial.
De acordo com a Veja, o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional tomou a decisão de suspender a extradição porque precisa consultar a Justiça de São Paulo, de onde partiu a ordem de prisão, sobre a "liberação antecipada" do acusado. Caso o tribunal paulista autorize, Morabito poderá ser extraditado em breve.
No último domingo (26), o programa "Fantástico", da TV Globo, revelou que o italiano e mais quatro comparsas são alvos de uma investigação por tráfico de drogas na Baixada Santista.
Morabito está preso desde maio do ano passado, mas mesmo assim foi alvo de um novo pedido de prisão. O mafioso é ligado à 'ndrangheta, um dos maiores grupos da Itália, e ganhou a alcunha de "rei da cocaína" por conta de sua "eficiência" na implementação do tráfico de drogas entre a América do Sul e a Europa.
Morabito foi condenado por vários crimes de associação mafiosa e tráfico de drogas, com uma pena somada de pouco mais de 30 anos de prisão na Itália. Mas, após a última condenação, conseguiu fugir do presídio e foi para o Uruguai, onde ficou vivendo com uma identidade falsa por mais de 20 anos - e se tornou o segundo criminoso mais procurado do país europeu.
Em 2017, foi preso pelas autoridades uruguaias, mas conseguiu fugir novamente em 2019. Em maio do ano passado, a Polícia Federal conseguiu prendê-lo na Paraíba e ele foi transferido para um presídio em Brasília desde então.
Em março e maio deste ano, o STF aprovou a extradição de Morabito para a Itália, determinando algumas restrições, como que a detenção não deve passar dos 30 anos (pena máxima no Brasil). (ANSA).
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