(ANSA) - Um membro do PT foi assassinado a tiros por um militante bolsonarista durante sua festa de aniversário em Foz do Iguaçu, no Paraná, na noite deste sábado (9).
Marcelo Aloizio de Arruda era guarda municipal e tesoureiro local do PT e comemorava 50 anos de vida em uma festa que tinha o partido e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como temas.
Fotos de antes do homicídio mostram Arruda posando com uma camiseta com o rosto de Lula, em meio a uma decoração predominantemente vermelha e com símbolos do PT.
De acordo com boletim de ocorrência, o policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho passou pelo local da festa de carro, acompanhado da esposa e de um bebê, e começou a gritar "Aqui é Bolsonaro" e outras frases de apoio ao presidente.
Após uma discussão, ele foi embora e retornou cerca de 20 minutos depois, desta vez armado e sozinho. Ainda segundo o boletim, o policial penal atirou duas vezes contra o guarda municipal, que conseguiu revidar e balear o agressor. De acordo com testemunhas, ninguém na festa conhecia Guaranho.
Inicialmente, a polícia paranaense divulgou que o agressor também havia morrido, mas depois retificou a informação e disse que ele está internado em estado grave.
Gravação
Um vídeo revelado pelo jornalista Claudio Dantas, de O Antagonista, mostra Arruda caindo entre duas mesas após levar o primeiro tiro. Em seguida, Guaranho entra correndo no salão e dispara mais uma vez contra o aniversariante.
Mesmo caído, Arruda consegue efetuar seis disparos na direção do policial, que cai na outra ponta do salão. Um homem não identificado aparece e chuta quatro vezes o rosto de Guaranho.
Arruda era pai de quatro filhos, incluindo uma menina de apenas dois meses de idade. Em seu perfil no Facebook, Andre Villana, amigo do aniversariante, deu seu testemunho sobre o caso.
"Tudo ia muito bem até a festa ser invadida por um desconhecido gritando Bolsonaro, mito, etc. Após uma rápida discussão, esse desconhecido sacou uma arma e ameaçou a todos, logo depois saiu, dizendo que voltaria para matar todo mundo", escreveu Villana.
"Óbvio que ninguém deu muita bola, mas o Marcelo falou 'vai que esse maluco volta, por via das dúvidas vou pegar minha arma no carro'. Infelizmente, o maluco bolsonarista voltou e acabou executando o Marcelo com três tiros, que mesmo ferido conseguiu balear o agressor, que tinha voltado provavelmente pra fazer uma chacina", acrescentou.
Lula
Já o ex-presidente Lula comentou o caso em seu perfil no Twitter. "Uma pessoa, por intolerância, ameaçou e depois atirou nele [em Arruda], que se defendeu e evitou uma tragédia maior. Duas famílias perderam seus pais. Filhos ficaram órfãos, inclusive os do agressor. Meus sentimentos e solidariedade aos familiares, amigos e companheiros de Marcelo Arruda", escreveu o petista, ainda antes da retificação da informação sobre a morte de Guaranho.
Lula também pediu "compreensão e solidariedade com os familiares" do agressor, "que perderam um pai e um marido para um discurso de ódio estimulado por um presidente irresponsável". "Pelos relatos que tenho, Guaranho não ouviu os apelos de sua família para que seguisse com a sua vida. Precisamos de democracia, diálogo, tolerância e paz", acrescentou. (ANSA)
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