(ANSA) - O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que debateu a crise alimentar e outras questões da guerra iniciada pela Rússia, incluindo o apoio às sanções internacionais, com o mandatário brasileiro, Jair Bolsonaro, nesta segunda-feira (18).
"Tive uma conversa com o presidente do Brasil. Informei sobre a situação no fronte. Discutimos a importância da retomada da exportação dos grãos ucranianos para prevenir uma crise global de alimentos provocadas pela Rússia. Peço para todos os parceiros apoiarem as sanções contra o agressor", escreveu em seu Twitter.
Até o momento, o governo brasileiro não se manifestou sobre a conversa telefônica.
Apesar do governo brasileiro sempre ter votado contra Moscou nas resoluções debatidas na Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o atual conflito, a questão das sanções econômicas, políticas e financeiras sempre foram criticadas pela diplomacia do país nessas votações.
Essas punições foram impostas pela União Europeia, Estados Unidos e Reino Unido e uma série de nações aliadas, com centenas de empresários e instituições punidas pelas ligações com o Kremlin.
Já Bolsonaro sempre teve uma postura de apoio a Vladimir Putin - divergindo suas falas do próprio Itamaraty. Isso se reflete também no fato de que essa é a primeira conversa formal do presidente com o líder ucraniano desde que a guerra começou, em 24 de fevereiro.
A questão da crise dos grãos, por sua vez, é um tema que provoca preocupação no mundo todo com a própria ONU e o governo da Turquia intermediando conversas diretas entre Moscou e Kiev para solucionar a crise.
Atualmente, a Rússia controla alguns portos ucranianos e também bloqueia a passagem dos grãos pelo Mar Negro daqueles navios que saem dos locais ainda geridos pela Ucrânia.
Além disso, Kiev acusa os militares de roubarem cargas e exportarem como se fossem suas, além de destruir silos e infraestrutura civil no país.
A Ucrânia era um dos maiores produtores agrícolas de grãos, especialmente trigo, antes da guerra. Agora, o escoamento ocorre por vias terrestres, mas em ritmo muito menor do que pelos portos. (ANSA).