(ANSA) - O governo do Chile definiu nesta segunda-feira (29) como "inaceitáveis" as declarações do presidente Jair Bolsonaro contra o seu homólogo chileno, Gabriel Boric, no primeiro debate entre os candidatos à presidência do Brasil.
Durante as considerações finais do debate no último domingo (28), Bolsonaro acusou Boric de "queimar o metrô" nos protestos de 18 de outubro de 2019 em Santiago ao atacar seu principal adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Lula apoiou o presidente do Chile também. O mesmo que praticava atos de tocar fogo em metrôs lá no Chile. Para onde está indo o nosso Chile?", declarou Bolsonaro ao tentar desqualificar o petista.
Na ocasião, o presidente brasileiro também criticou outros líderes da região, incluindo o chefe de Estado da Argentina, Alberto Fernández.
As declarações de Bolsonaro "são inaceitáveis e incompatíveis com o tratamento respeitoso que os chefes de Estado devem uns aos outros ou com as relações fraternas entre dois países", diz a nota do Ministério das Relações Exteriores do Chile.
O governo chileno lamentou ainda que em um contexto eleitoral as relações bilaterais estão sendo aproveitadas e polarizadas por meio da desinformação e das notícias falsas, o que "corrói não apenas o vínculo entre nossos países, mas também a democracia".
Além disso, destacou "a importância de manter boas relações entre o Brasil e o Chile" e expressou sua convicção de que os dois países não têm apenas uma história, mas também enormes desafios a enfrentar de forma colaborativa, razão pela qual espera continuar a reforçar os laços permanentes de amizade e cooperação entre os nossos países", apesar dessas infelizes declarações.
De acordo com o jornal chileno "La Tercera", o governo chileno enviou uma mensagem ao embaixador do Brasil em Santiago, Paulo Soares Pacheco, para apresentar uma nota formal de protesto.
Boric chegou ao governo em março de 2022, aos 36 anos, junto com os líderes emblemáticos que comandaram as históricas mobilizações estudantis de 2011 e 2012 e que, uma década depois, colocaram em xeque o governo de Sebastián Piñera. (ANSA)
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