(ANSA) - O primeiro debate presidencial para as eleições de outubro foi realizado na noite deste domingo (28) e foi marcado por ataques entre os candidatos - além de um fala ofensiva do presidente Jair Bolsonaro contra uma jornalista.
Além do atual mandatário, participaram do evento organizado pelo grupo Bandeirantes, TV Cultura, Folha de S. Paulo e UOL, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronike (União Brasil) e Felipe D'Avila (Novo).
No primeiro bloco, em que os candidatos faziam perguntas para os adversários, Bolsonaro questionou Lula sobre corrupção e falou do escândalo que envolveu a Petrobras. "O senhor quer voltar para que? Para continuar fazendo a mesma coisa na Petrobras?", questionou.
Lula então falou sobre todas as medidas tomadas durante seus dois governos para intensificar e melhorar o combate à corrupção, como as leis de acesso à informação e do portal da transparência.
Bolsonaro replicou afirmando que o governo do petista "foi marcado pela cleptocracia" e que tinha "roubalheira", sendo o "governo mais corrupto da história".
Na tréplica, o ex-presidente acusou o atual de estar "destruindo o Brasil".
"Está destruindo porque ele adora bravata. Adora dizer números que não existem e adora achar que o povo que está aí ouvindo acredita no que ele fala. Portanto, o país que eu deixei é um país que o povo tem saudade", pontuou Lula.
Em outro momento de tensão do debate, Bolsonaro atacou uma das jornalistas que estavam fazendo perguntas, Vera Magalhães, da TV Cultura.
A repórter questionou Ciro sobre o calendário de vacinação contra a Covid e lembrou que as autoridades do atual governo não incentivaram a vacinação - nem na pandemia, nem outras campanhas.
Atualmente, o Brasil está batendo recordes negativos de imunização de crianças, por exemplo, contra a pólio.
Ciro deu sua resposta crítica ao governo e, na vez de Bolsonaro, não houve resposta ao questionamento, mas um ataque pessoal à jornalista.
"Vera, eu não podia esperar outra coisa de você. Eu acho que você dorme pensando em mim. Você tem alguma paixão por mim. Você não pode tomar partido em um debate como esse. Fazer acusações mentirosas a meu respeito. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro, mas tudo bem. Não venha com a historinha atacar a mulher. De se vitimizar, Vera. Você realmente foi fantástica, né?", afirmou.
Ciro não mencionou o ataque, nem os jornalistas que intermediavam o debate. Quem respondeu à ação, em uma outra pergunta, foi a candidata Soraya.
"Quando homens são 'tchutchuca' com outros homens, mas vêm para cima da gente sendo tigrão, eu fico extremamente incomodada. Fico brava, sim, e digo mais para você. Lá no meu estado, tem mulher que vira onça, e eu sou uma delas. Eu não aceito esse tipo de comportamento e de xingamento", afirmou a candidata.
Tebet foi a mais combativa contra Bolsonaro, especialmente, no que foi relacionado à pandemia. Lembrando das motociatas feitas ao longo dos últimos dois anos, a candidata do MDB afirmou que "não viu o presidente da República pegar a moto dele e ir para um hospital para abraçar uma mãe".
Em outro momento, criticou Bolsonaro por criar "radicalização e desarmonia" porque o presidente "não respeita a imprensa livre, a independência do Supremo, do Poder Judiciário e do Legislativo".
Já Ciro atacou os dois líderes das pesquisas - Lula e Bolsonaro - e disse que "quer encerrar a disputa entre quem é mais Papai Noel em véspera de eleição" e que quer dar "mais R$ 200 de Bolsa Família". (ANSA).