(ANSA) - O candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), publicou nesta quarta-feira (19) uma "Carta Compromisso com os Evangélicos" onde rechaçou acusações de que irá fechar igrejas e defendeu a liberdade religiosa.
"A grande maioria dos brasileiros e brasileiras que viveram os oito anos em que fui presidente da República, sabe que mantive o mais absoluto respeito pelas liberdades coletivas e individuais, particularmente pela liberdade religiosa", inicia o documento.
Lula ainda cita leis e decretos assinados durante o período, como a reforma do Código Civil para assegurar a liberdade religiosa e os decretos que criaram a Marcha para Jesus e o Dia Nacional dos Evangélicos.
"Vivemos, entretanto, um período em que mentiras passaram a ser usadas intensamente com o objetivo de provocar medo nas pessoas de boa fé, e afastá-las do apoio a uma candidatura que justamente mais as defende. Por isso senti a necessidade de reafirmar meu compromisso com a liberdade de culto e de religião em nosso país", escreve.
"Todos sabem que nunca houve qualquer risco ao funcionamento das Igrejas enquanto fui presidente. Pelo contrário! Com a prosperidade que ajudamos a construir, foi no nosso governo que as igrejas mais cresceram, principalmente as evangélicas, sem qualquer impedimento e até tiveram condições de enviar missionários para outros países. Não há por que acreditar que agora seria diferente", diz ainda no trecho seguinte.
O ex-presidente ainda cita os trabalhos feitos pelas denominações religiosas por todo o país e "no cuidado do povo".
"Em meio a este triste escândalo do uso da fé para fins eleitorais, assumo com vocês este compromisso: meu governo jamais vai usar símbolos de sua fé para fins político-partidários, respeitando as leis e as tradições que separam o Estado da Igreja, para que não haja interferência política na prática da fé", acrescenta.
Ao longo da carta, Lula ainda assume o compromisso de "respeito à família" e no apoio aos jovens para serem mantidos "longe das drogas". O candidato petista ainda condena o aborto, dizendo que a "vida é sagrada" e que é "pessoalmente contra o aborto e lembro a todos e todas que este não é um tema a ser decidido pelo presidente da República e sim pelo Congresso Nacional".
"Com as bênçãos de Deus, haveremos de honrar nossa dupla condição, de cidadãos e cristãos, pois não há contradição entre elas quando o propósito é servir, buscando a paz e o entendimento. E digo tudo isso com muito amor pelo nosso querido Brasil e pelo povo brasileiro", finaliza.
A carta foi publicada por conta das inúmeras fake news publicadas contra a campanha do petista, de que ele iria fechar igrejas e legalizar o aborto.
Por conta disso, aliados orientaram Lula a se manifestar para evitar perda de votos dentro do segmento evangélico, uma das principais bases de apoio da campanha do atual presidente, Jair Bolsonaro, que busca a reeleição. (ANSA).