(ANSA) - Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito o novo presidente do Brasil na noite deste domingo (30) com 50,83% dos votos, informou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com 98,91% das urnas apuradas. Com isso, o petista assumirá seu terceiro mandato à frente da Presidência, já que liderou o país entre os anos de 2003 e 2010.
Como ocorreu no primeiro turno, seu rival, o atual mandatário Jair Bolsonaro (PL), liderou a disputa a maior parte do tempo, com a virada ocorrendo com mais de 67,7% das urnas apuradas. O futuro presidente também venceu no primeiro turno, com 48,36% dos votos.
Lula, que votou logo cedo pela manhã em São Bernardo do Campo (SP) como faz desde 1989, deve fazer um pronunciamento oficial em São Paulo em breve.
Aos 77 anos, Lula assumirá o cargo de chefe de Estado ao lado do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e deve contar com o apoio de ao menos 10 partidos em seu governo, em uma coalizão que vai da esquerda ao centro.
A campanha do petista focou nas questões sociais e nos programas realizados durante os oito anos de seus governos, especialmente, por conta do aumento nos índices de pobreza nos últimos anos no país. Também fez duras críticas ao atual governo por conta da gestão durante a pandemia de Covid-19.
No entanto, a pauta de costumes, uma das principais bandeiras de Bolsonaro, invadiu a campanha, e Lula chegou a divulgar uma carta para os evangélicos para tentar desmentir uma série de notícias falsas de que iria fechar igrejas ou liberar o aborto no Brasil.
Para seu terceiro mandato, porém, é esperado que Lula adote um governo mais de centro - até mesmo pela parceria com Alckmin, que era um expoente histórico do PSDB - do que de esquerda, mas que reative programas sociais que foram desativados durante os últimos anos de Bolsonaro.
História
Lula nasceu em Caetés em 1945, cidade no Pernambuco que foi desmembrada de Garanhuns quase 20 anos depois do nascimento do político. De infância pobre, migrou com a família ainda criança para São Paulo.
Lula foi metalúrgico e um dos principais nomes sindicalistas do país durante os anos de ditadura militar. Na década de 1980, ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores (PT), sigla que nunca deixou.
Em 1986, foi eleito deputado federal pela primeira vez e, três anos depois, tentou sua primeira candidatura à Presidência.
Também tentou o cargo em 1994 e 1998, perdendo ambas para Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Em 2002, derrotou José Serra e foi eleito pela primeira vez para a chefia de Estado, sendo reeleito quatro anos depois derrotando Alckmin.
Durante seus governos, ampliou os programas sociais e criou o Bolsa Família, programa social que ajudou a tirar o Brasil do Mapa da Fome das Nações Unidas durante os governos de sua sucessora, Dilma Rousseff (PT).
Em 2017, foi condenado pelo juiz Sergio Moro na Operação Lava Jato, que investigava um escândalo de corrupção na Petrobras, a nove anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.
Em abril de 2018, após a confirmação da sentença, foi preso em Curitiba. A detenção fez com que sua candidatura à Presidência daquele ano, quando Bolsonaro foi eleito, fosse impugnada.
Enquanto estava detido, foi condenado novamente por Moro a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Em novembro de 2019, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou que prisões após decisões em segunda instância eram irregulares, Lula foi solto. Foram 580 dias de prisão.
Em 2021, porém, o STF considerou que Moro foi parcial nos julgamentos e anulou todas as decisões referentes à Lava Jato que atingiam Lula. Com isso, o petista pode reaver seus direitos políticos e se candidatou novamente ao cargo de presidente, derrotando Bolsonaro dessa vez. (ANSA).
Leggi l'articolo completo su ANSA.it