(ANSA) - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, determinou neste domingo (30) que o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, interrompa "imediatamente" as operações realizadas pela corporação sobre transporte público de eleitores durante o segundo turno das eleições.
A decisão foi tomada após o TSE ser acionado pela coligação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que alegou que a PRF estaria dificultando o transporte de eleitores para atrapalhar a votação, especialmente no Nordeste.
"Oficie-se, com urgência, o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal para informar imediatamente sobre as razões pelas quais realizadas operações policiais [...] relacionadas ao transporte público de eleitores", escreveu Moraes.
Ontem, Vasques pediu votos para o presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais. Em um publicação no Story de sua conta pessoal no Instagram, ele escreveu "vote 22, Bolsonaro presidente".
O apelo estava acompanhado de uma foto da bandeira do Brasil, mas foi apagado no início da tarde deste domingo.
Moraes já havia proibido a PRF de fazer qualquer operação contra ônibus e veículos do transporte público, sob pena de crime.
Nesta tarde, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, convocou os parlamentares petistas para se deslocarem até os locais onde a Polícia Rodoviária Federal (PRF) realiza operações ilegais para dificultar o transporte público de eleitores para “dar voz de prisão” aos agentes.
"Pedimos a prisão do diretor-geral da PRF e dos superintendentes regionais que não estão cumprindo a decisão do TSE. Peço aos parlamentares da nossa coligação que se dirijam aos locais das operações em seus estados e deem ordem de prisão aos policiais, inclusive PMs, como no RJ”, escreveu ela no Twitter.
Reação internacional -
A ONG Human Rights Watch expressou na tarde deste domingo (30) sua preocupação com as denúncias de operações ilegais da Polícia Rodoviária Federal (PRF) “que supostamente estão impedindo ou atrasando o acesso aos locais de votação de eleitores que usam transporte público”.
A organização lembrou ainda que, “em 29 de outubro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibiu qualquer operação da PRF relacionada ao transporte público de eleitores”.
“As autoridades deveriam cumprir imediatamente as decisões do TSE, suspender todas as operações que possam levar à supressão do direito ao voto dos eleitores brasileiros e garantir que possam exercê-lo com liberdade e segurança”, acrescenta a nota. (ANSA)
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