Política

'Assalto' bolsonarista é destaque na imprensa italiana

Principais jornais do país repercutiram insurreição em Brasília

Redazione Ansa

(ANSA) - A insurreição promovida por apoiadores extremistas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Brasília foi manchete dos principais jornais italianos nesta segunda-feira (9), refletindo a preocupação global gerada pela invasão ao Congresso Nacional, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Palácio do Planalto.

"Brasil, assalto ao Parlamento", escreveu o diário Corriere della Sera, de Milão, acrescentando que "os seguidores do ex-líder Bolsonaro ocupam até o palácio de Lula". Além disso, o jornal comparou a violência de domingo (8) com a invasão ao Capitólio promovida por apoiadores de Donald Trump em 2021.

Já o diário La Repubblica, de Roma, publicou: "Os ultras de Bolsonaro ao assalto ao Parlamento", citando um termo que designa membros violentos de torcidas organizadas. O jornal ainda destacou que "ninguém está imune ao germe soberanista" e que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) definiu os vândalos como "fascistas fanáticos".

"O Brasil sitiado", publicou, por sua vez, o diário La Stampa, de Turim, ressaltando que a insurreição bolsonarista é resultante do "vírus do trumpismo".

A invasão à sede das instituições brasileiras também foi condenada de forma unânime na Itália, começando pela premiê Giorgia Meloni.

"O que ocorre no Brasil não pode nos deixar indiferentes. As imagens da invasão às sedes institucionais são inaceitáveis e incompatíveis com qualquer forma de discordância democrática. É urgente um retorno à normalidade, e expressamos solidariedade às instituições brasileiras", escreveu a primeira-ministra de direita no Twitter.

Diversos ex-premiês italianos também se pronunciaram em apoio ao presidente Lula e à democracia brasileira. "Com Lula, com o povo brasileiro e com a democracia", disse Enrico Letta (2013-2014), de centro-esquerda.

"A violência no Brasil, desencadeada pela loucura da direita extremista de Bolsonaro, nos deixa pasmos. É como se a loucura trumpista de 6 de janeiro estivesse criando prosélitos. Precisamos de um momento de reflexão sobre a crise da democracia e a necessidade de fazer de tudo para protegê-la", afirmou Matteo Renzi (2014-2016), de centro.

Seu sucessor no cargo de primeiro-ministro, Paolo Gentiloni (2016-2018), atual comissário de Economia da União Europeia, destacou que a "democracia está sob ataque, porém é mais forte que seus inimigos".

Já Giuseppe Conte (2018-2021), do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), declarou que o "ataque às instituições por parte de apoiadores de Bolsonaro é gravíssimo". "Quem acredita de verdade na democracia não pode ficar em silêncio. Solidariedade ao presidente Lula e ao povo brasileiro", acrescentou. (ANSA)

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