Política

HRW cobra inquérito 'minucioso' sobre insurreição bolsonarista

ONG publicou relatório anual sobre direitos humanos

Pichação na sede do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília

Redazione Ansa

(ANSA) - A ONG Human Rights Watch cobrou nesta quinta-feira (12) que as autoridades do Brasil investiguem "minuciosamente" as pessoas que incitaram, financiaram ou cometeram atos de violência na insurreição promovida por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em 8 de janeiro.

Em nota divulgada no dia do lançamento de seu relatório anual sobre os direitos humanos no mundo, a HRW diz que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva precisa "responder a este ataque sem precedentes fortalecendo os princípios democráticos, defendendo o Estado de direito e enfrentando os problemas crônicos de direitos humanos que foram agravados" no governo Bolsonaro.

"O ataque de 8 de janeiro às instituições democráticas brasileiras não foi um episódio isolado, mas sim o resultado de uma série de ofensivas contra o sistema democrático durante os quatro anos em que Jair Bolsonaro foi presidente", afirma Maria Laura Canineu, diretora da Human Rights Watch no Brasil.

Ainda segundo a entidade, o agora ex-mandatário de extrema direita "ameaçou os pilares da democracia", promovendo uma "campanha de insultos e intimidação contra ministros do Supremo Tribunal Federal" e tentando "minar a confiança no sistema eleitoral".

"O presidente Lula deveria reforçar os princípios democráticos, como a independência do poder judiciário, a transparência, a livre expressão e outras liberdades básicas, bem como mostrar que a democracia pode produzir resultados na educação, saúde, segurança pública e outros direitos humanos", diz a HRW.

A ONG ainda cobra o enfrentamento de problemas agravados na gestão Bolsonaro, como insegurança alimentar, desigualdade, destruição ambiental, violência policial, restrição aos direitos sexuais e reprodutivos e racismo estrutural.

Além disso, a entidade pede um "plano abrangente" para reverter a tendência de aumento do desmatamento na Amazônia verificada na era Bolsonaro. (ANSA)

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