Política

Misoginia é origem das discriminações, diz presidente da Itália

Mattarella discursou em cerimônia pelo 8 de março

Cerimônia no Palácio do Quirinale pelo Dia Internacional da Mulher

Redazione Ansa

(ANSA) - O presidente da Itália, Sergio Mattarella, fez um discurso nesta quarta-feira (8) pelo Dia Internacional da Mulher e disse que a misoginia é a origem de todas as discriminações.

O chefe de Estado foi anfitrião de uma cerimônia no Palácio do Quirinale, em Roma, na presença da premiê Giorgia Meloni, primeira mulher a governar o país, e de ativistas do Afeganistão e do Irã, países notórios pela repressão de gênero.

"A misoginia está na origem de todas as discriminações", afirmou Mattarella, acrescentando que "estereótipos e preconceitos são determinados por um único elemento: o medo em relação à mulher, ao seu ser diferente no corpo e na sensibilidade, à sua inteligência, voz e independência".

"O caminho para uma paridade efetiva ainda é longo e difícil, mas esse caminho deve ser percorrido com o máximo de determinação e velocidade. Da condição geral da mulher, em cada canto do mundo, depende a qualidade de vida e o próprio futuro de cada sociedade", salientou o presidente.

Além disso, Mattarella garantiu que a Itália fará "de tudo" para apoiar "as mulheres que exigem qualidade de vida e liberdade", em declaração dirigida à iraniana Pegah Tashakkori e à afegã Frozan Nawabi, presentes na cerimônia.

"O regime sempre teve medo do povo, e nós não queremos parar essa luta, queremos combater", disse Tashakkori ao relatar a repressão do governo teocrático do Irã às mulheres, tema que virou destaque no mundo todo devido à morte da jovem curda Mahsa Amini sob custódia da polícia moral por suposto uso incorreto do véu islâmico, em setembro passado.

Nawabi, por sua vez, afirmou que não vê esperança para o Afeganistão, onde o regime do grupo fundamentalista Talibã "cancelou as mulheres". "Não se pode descrever com palavras a situação das mulheres, aquilo que a mídia fica sabendo é filtrado pelo regime", contou.

Ao deixar o Quirinale, a premiê Meloni disse que os discursos feitos na cerimônia exigem que "sejamos intransigentes em nossos papéis" para defender os direitos das mulheres. (ANSA)

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