(ANSA) - O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, fez um longo discurso em Brasília nesta segunda-feira (10) para falar sobre os primeiros 100 dias de seu governo. Citando os programas sociais e a defesa da democracia, o mandatário repetiu por diversas vezes que "o Brasil voltou".
O encontro contou com a presença de todos os ministros, aos quais Lula agradeceu pelo trabalho, e logo no início, antes de ler o discurso que tinha programado, ainda fez críticas indiretas ao seu antecessor, Jair Bolsonaro, citando sua primeira posse.
"Acho que é importante lembrar que da outra vez, eu recebi o governo de um presidente democrata, um companheiro que tinha uma história de luta pela democracia, pelos direitos humanos, que tinha sobretudo uma marca de civilidade que o que eu estou substituindo agora não tem", disse referindo-se a Fernando Henrique Cardoso.
Lula ainda afirmou que seu otimismo "não é exagerado" porque "nós sabemos o que esse país passou entre 2018 e 2022".
Na hora da leitura do discurso, intercalada por diversos comentários fora do script, o presidente focou em processos em andamento e futuros.
"Uma frase muito pequena traduz a enormidade do desafio que cumprimos nesses primeiros 100 dias de governo: o Brasil voltou. Antes de tudo, o Brasil voltou a ter governo. Um governo que se espelha no povo brasileiro e acorda cedo para trabalhar. O Brasil voltou para trabalhar naquilo que deveria ser a razão de ser de todos os governos: cuidar das pessoas", pontuou.
Falando dos programas sociais reimplementados, como no caso do Bolsa Família e do Minha Casa Minha Vida, Lula ainda falou que o país voltou "a olhar para o futuro". "E isso significa investir em rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, geração e transmissão de energia, conectividade, expansão do pré-sal, energia solar e eólica e outras ações para colocar o Brasil no rumo do desenvolvimento", acrescentou.
Segundo Lula, "não se constrói um país verdadeiramente desenvolvido sobre as ruínas da fome, dos ataques à democracia, do desrespeito aos direitos humanos e das desigualdades de renda, raça e gênero". "Não se chega a lugar nenhum deixando para trás a metade mais sofrida da nossa população. É para essas pessoas que estamos aqui", disse ainda.
Sobre as questões ambientais, o petista afirmou que o Brasil "voltou a cuidar de seus biomas, sobretudo da maior floresta tropical do planeta, com o restabelecimento do Fundo Amazônia".
O presidente brasileiro também citou o retorno do país a organizações internacionais e ressaltou que a nação "voltou a ter uma política externa ativa e altiva, como diz meu companheiro Celso Amorim, tendo diálogo com todos os países do mundo".
"O Brasil voltará a ser referência mundial na questão da sustentabilidade e cumprirá todas as metas assumidas até 2030. Não é uma tarefa fácil, até porque a Marina [Silva, ministra do Meio Ambiente] sabe tudo que foi desmontado. É importante que as pessoas compreendam que as coisas não são fáceis, mas vamos cumprir as metas. E vamos proteger todos os biomas brasileiros", pontuou ainda.
"Foram 100 dias de muito trabalho. Temos mais 1.360 dias para seguir reconstruindo o país. Apresentamos o novo arcabouço fiscal, que traz soluções realistas e seguras para o equilíbrio das contas públicas [...] e estamos trabalhando em uma reforma tributária que corrige as distorções históricas de um sistema de tributação regressivo e injusto para os brasileiros", ressaltou ainda.
"O Brasil voltou a ter futuro e isso é apenas o começo", finalizou. (ANSA).