(ANSA) - O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que estava "muito feliz" com a reunião dos líderes sul-americanos realizada nesta terça-feira (30), em Brasília, e ressaltou a importância da união desses países.
"Estou muito feliz com a reunião e vocês sabem como eu gosto da política. Acho que a gente deve fazer política, conversar cada vez mais, para nos colocarmos cada vez mais unidos para fazer o melhor para o povo do Brasil e da América do Sul", disse o mandatário.
Segundo Lula, o Brasil sediou o evento porque, como "eu sou o mais experiente" entre esses líderes "porque estou no meu terceiro mandato e sou também um dos mais velhos", foi colocado que era o ideal fazer esse encontro aqui.
O mandatário ainda ressaltou que sua ideia "não é manter a Unasul como ela está, até porque muitos dos líderes aqui nem estavam na fundação", mas sim decidir se "vamos atuar juntos ou vamos continuar negociando sozinhos".
Além disso, ficou definido que haverá um grupo de trabalho que tem 120 dias para dar soluções às propostas debatidas no encontro.
Venezuela
Questionado sobre a sua postura em relação ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que gerou críticas do Chile e do Uruguai, Lula afirmou que "todo mundo sabe o que eu falo e eu penso".
"Em política, toda vez que você quer destruir um adversário, você destrói a narrativa dele. Vivo o caso da Venezuela desde 2002 [...] e já propus a criação do grupo de amigos da Venezuela, com Estados Unidos e Espanha, que eram considerados inimigos, e conseguimos estabelecer um acordo e, no referendo, o [Hugo] Chávez foi vencedor", pontuou.
"Desde que o Chávez tomou posse, foi criada uma narrativa que o cara era um demônio. E a partir daí, todo mundo joga contra ele. Foi isso que aconteceu comigo. Uma narrativa vendeu uma mentira", acrescentou.
Diretamente sobre Maduro, Lula revelou que "disse que ele cometeu erros e que é obrigação dele construir a narrativa".
"Você precisa, para provar o que você está falando é verdade, fazer um documento com todo mundo, com todos os opositores, com a organização civil, faz um abaixo-assinado e peça respeito à soberania da Venezuela. O mundo elegeu um presidente que não existia", disse ainda referindo-se a Juan Guaidó.
"A gente tem eleição no ano que vem na Venezuela e vocês se preparem porque aqui a gente tem um troglodita que até hoje não reconhece o resultado das eleições. Quem constrói a primeira narrativa, ganha as eleições", pontuou ainda, dizendo que não ia comentar o que outros presidentes falaram porque "nem sei onde eles leram" a minha fala. (ANSA).