(ANSA) - Uma universidade italiana se recusou a deixar bandeiras a meio mastro para homenagear o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, morto na última segunda-feira (12) aos 86 anos de idade.
O governo de Giorgia Meloni proclamou luto nacional pelo falecimento do líder conservador - algo inédito para um ex-premiê - e ordenou que bandeiras sejam hasteadas a meio mastro em edifícios públicos.
No entanto, a Universidade para Estrangeiros de Siena, que é estatal, decidiu não participar da homenagem.
"Não há nenhum ódio, mas também nenhuma santificação hipócrita", disse o reitor Tomaso Montanari em um e-mail para a comunidade universitária.
Segundo ele, recordar quem foi Berlusconi é "um dever cívico". "Naturalmente, não se deve sentir alegria, mas sim a tristeza que se sente diante de cada morte. Mas o julgamento, esse sim, é necessário. É verdade que Berlusconi marcou a história, mas o fez deixando o mundo e a Itália piores de como os havia encontrado", acrescentou.
Montanari acusou o ex-premiê de desprezar a Justiça, de "mercantilizar de tudo em suas TVs, a começar pelos corpos das mulheres", e de mentir "sistematicamente".
"Em muitas coisas, Berlusconi foi o contrário exato de um estadista", ressaltou o reitor, acrescentando que assume toda a responsabilidade por não colocar as bandeiras a meio mastro.
"Cada um obedece à própria consciência, e uma universidade que se ajoelha diante de uma história como essa não é uma universidade", concluiu.
Eleito pela primeira vez na esteira da Operação Mãos Limpas, que desacreditou os principais partidos italianos no início dos anos 1990, Berlusconi foi premiê entre 1994 e 1995, 2001 e 2006 e 2008 e 2011, quando deixou o poder em meio à pior crise econômica da Itália no pós-guerra.
Empresário de sucesso nos setores imobiliário e de mídia e dirigente esportivo vitorioso no Milan, o ex-primeiro-ministro também ficou marcado por processos judiciais e escândalos de prostituição. (ANSA)
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