Política

Adeus a Berlusconi reúne 15 mil pessoas em Milão

Funeral contou com as principais lideranças políticas da Itália

Redazione Ansa

(ANSA) - A Catedral de Milão, no norte da Itália, recebeu nesta quarta-feira (14) o funeral de Estado do senador e ex-premiê Silvio Berlusconi, morto por uma leucemia crônica aos 86 anos de idade.

Um dos maiores templos góticos do mundo foi tomado por lideranças políticas, como a primeira-ministra Giorgia Meloni, o presidente Sergio Mattarella e o premiê da Hungria, Viktor Orbán, que prestaram solidariedade à família do "Cavaliere".

"Obrigada, Silvio, não te esqueceremos", escreveu Meloni, aliada de longa data de Berlusconi, em suas redes sociais.

Do lado de fora, na Piazza del Duomo, 15 mil pessoas assistiram ao funeral por meio de telões. "Silvio Berlusconi foi certamente um homem político e um homem de negócios. Foi certamente um personagem de notoriedade", disse o arcebispo de Milão, Mario Delpini, em sua homilia.

"Mas, neste momento de despedida e oração, o que podemos dizer de Silvio Berlusconi? Foi um homem: um desejo de vida, um desejo de amor, um desejo de alegria. Isso é o que posso dizer sobre Silvio Berlusconi. Ele é um homem e agora vai se encontrar com Deus", acrescentou Delpini, cuja mensagem foi aplaudida pelo público na catedral.

Também marcaram presença líderes dos principais partidos da Itália, incluindo de centro-esquerda, e os ex-premiês Mario Monti, Matteo Renzi, Paolo Gentiloni e Mario Draghi. Por sua vez Giuseppe Conte, do populista Movimento 5 Estrelas (M5S), preferiu não participar.

A companheira de Berlusconi em seus últimos anos, a deputada Marta Fascina, ficou ao lado dos cinco filhos do magnata - Marina, Pier Silvio, Barbara, Eleonora e Luigi - e do irmão Paolo Berlusconi. Em alguns momentos, Fascina chorou enquanto olhava fixamente para o caixão, coberto com rosas brancas e vermelhas.

O funeral ainda teve as presenças da segunda esposa do ex-premiê, Veronica Lario, com quem ele protagonizou um divórcio conturbado, e a ex-namorada Francesca Pascale.

Do lado de fora da catedral, um homem que vestia uma camiseta com a frase "Eu não estou de luto", além de carregar um cartaz com os dizeres "Vergonha de Estado", foi agredido por apoiadores de Berlusconi e escoltado pela polícia.

A decisão do governo Meloni de proclamar luto nacional - algo inédito para um ex-premiê - foi contestada por políticos de oposição, embora de forma tímida. Em Siena, uma universidade se recusou a hastear bandeiras a meio mastro para homenagear o "Cavaliere".

Antes da partida do cortejo fúnebre, Fascina acariciou e beijou o caixão de seu companheiro. Já a multidão gritava "Silvio, Silvio" e "Berlusconi é um de nós".

O corpo retornará para a capela da família na mansão de Arcore, nos arredores de Milão, onde estão conservadas as cinzas dos pais e da irmã do ex-premiê. Mais tarde, o magnata deve ser cremado em um crematório em Valenza, a 90 quilômetros da capital da Lombardia. (ANSA)

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