(ANSA) - O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, disse nesta quinta-feira (29) que não consegue ver o início de um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia.
"Não vejo o início de um acordo de paz no horizonte porque as palavras, tanto dos ucranianos quanto dos russos, são muito duras", afirmou o chanceler italiano em entrevista ao canal Rete4.
Segundo Tajani, não parece que Moscou tenha dado muitas garantias ao enviado do papa Francisco, cardeal Matteo Zuppi, sobre a possibilidade de iniciar um diálogo de paz com a Ucrânia.
Para ele, era preciso começar com coisas concretas, como "recuperar as crianças deportadas da Ucrânia para a Rússia, manter aberto o corredor que permite que o grão de Kiev chegue à África e construir uma zona franca ao redor da usina nuclear de Zaporizhzhia".
Questionado sobre a rebelião deflagrada pelos mercenários do Grupo Wagner, Tajani afirmou que "há rachaduras porque o que aconteceu mostrou que há descontentamento também entre os militares, entre as tropas que travam uma guerra".
O chanceler italiano reiterou ainda que o governo da premiê Giorgia Meloni decidiu "deliberadamente não intervir naquilo que é um assunto interno da Federação Russa". Além disso, esclareceu que "não estamos em guerra com a Rússia e o seu povo", mas "estamos a ajudar um país que tenta defender sua independência e liberdade".
Migração -
Falando sobre a crise migratória, o vice-premiê explicou que este problema não pode ser resolvido sem a intervenção da Europa.
"Felizmente hoje o Conselho Europeu está adotando uma postura de compreensão dos problemas da Itália e de maior envolvimento da Europa", afirmou.
Segundo o chanceler, "tivemos razão em acompanhar Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, a Tunis, assim como Meloni, para deixar claro que o problema não é maltês, italiano ou grego, mas é de toda a Europa".
Tajani concluiu reiterando o compromisso do governo de que, "para enfrentar" a emergência, estamos trabalhando duro, focando no crescimento, fortalecimento e desenvolvimento da Tunísia e para encontrar uma solução na Líbia". (ANSA).