Por Patrizia Antonini - Troca de guarda na presidência rotativa do Mercosul: na próxima terça-feira (4), o argentino Alberto Fernández passará o bastão ao chefe de Estado brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, em uma cúpula em Puerto Iguazú.
O líder do gigante sul-americano regressa assim ao cargo após 13 anos de ausência, com o objetivo de desatar os últimos nós para fechar o acordo comercial com a União Europeia até ao final de 2023.
A chegada de Lula à frente do Mercosul, do qual Uruguai e Paraguai também são membros fundadores, coincide com o início do semestre de Pedro Sánchez à frente do Conselho da UE, um dos principais chefes de governo a promover a "redescoberta" europeia da América Latina. Uma oportunidade, portanto, repleta de oportunidades importantes para as duas regiões, para estreitar laços e para fechar dossiês pendentes.
Por outro lado, a negociação entre os 27 e o Mercosul se desacelerou nos últimos meses, sobretudo devido a um documento sobre sustentabilidade (com sanções em caso de descumprimento) que os europeus gostariam de acrescentar ao acordo que levou mais de 20 anos de negociações, e que o bloco latino-americano considera inaceitável.
Um nó que surgiu também na recente viagem da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a Brasília e Buenos Aires, e que terá Sánchez e Lula engajados na mediação da cúpula UE-Celac, nos dias 17 e 18 de julho, em Bruxelas.
E entre os demais assuntos na mesa da cúpula do Mercosul, está também o desejo do presidente uruguaio, Luis Alberto Lacalle Pou, de assinar um acordo bilateral com a China.
Uma iniciativa já bastante criticada pelos governos de Lula e Fernández, com o líder brasileiro tendo realizado uma missão em Montevidéu logo após sua posse, para um trabalho de dissuasão. Na ocasião, para atender aos pedidos de reforma feitos por Lacalle Pou, Lula havia prometido modernizar a organização, reiterando ao mesmo tempo a importância de fechar o acordo com a União Europeia antes de avançar em qualquer negociação com Pequim.
Movimento ditado também pelo temor de que um acordo de livre comércio entre Uruguai e China pudesse inundar o Brasil e os demais países do bloco com produtos chineses beneficiados com tarifas alfandegárias reduzidas ou até mesmo nulas.
Os Estados associados (Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Peru, Guiana e Suriname) também são esperados na cúpula do Mercosul, enquanto parece distante a possibilidade de um retorno da Venezuela, suspensa desde 2016 devido ao desrespeito à carta da organiação, sobretudo em termos de padrões democráticos, apesar dos esforços de Lula para liberar Caracas. (ANSA)
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