(ANSA) - Os dois filhos mais velhos do ex-premiê da Itália Silvio Berlusconi, Marina e Pier Silvio, dividirão o controle da Fininvest, holding que concentra os negócios da família, segundo testamento visualizado pela ANSA.
O documento foi aberto para os filhos na última quarta-feira (5) e não detalha o patrimônio do ex-primeiro-ministro, como as mansões em Arcore e na Sardenha, concentrando-se na Fininvest e em doações financeiras.
De acordo com uma folha escrita a mão em 2 de outubro de 2006, Marina Berlusconi, 56 anos, e Pier Silvio Berlusconi, 54, herdarão a cota do ex-premiê na Fininvest. Com isso, os dois, que já tinham uma participação na holding, passam a deter uma fatia total de 53%, dividida igualmente. Eles são frutos do primeiro casamento de Berlusconi, com Carla Dall'Oglio.
O restante da holding será dividido de forma igualitária entre os filhos Barbara (38), Eleonora (37) e Luigi (34), que nasceram do matrimônio com Veronica Lario.
A Fininvest, presidida por Marina, é a principal acionista do conglomerado de mídia MFE-Mediaset e do grupo editorial Mondadori, além de dividir o controle do Banco Mediolanum com o grupo Doris. Também é controladora do clube de futebol Monza.
"Obrigado, tenho muito amor por todos vocês", escreveu Berlusconi no testamento para os filhos. Em um comunicado divulgado em nome dos cinco herdeiros, a Fininvest diz que os desejos finais do ex-premiê mostram que "nenhum indivíduo terá o controle solitário" da holding.
Já em outra carta do testamento, esta de 5 de outubro de 2020, Berlusconi deixou 100 milhões de euros para seu irmão Paolo. Mais tarde, em 19 de janeiro de 2022, determinou que a mesma quantia fosse dada à sua última companheira, a deputada de 33 anos Marta Fascina.
Além disso, destinou 30 milhões de euros para o ex-senador Marcello Dell'Utri, seu amigo de longa data e que cumpriu cinco anos de prisão - sendo um deles em regime domiciliar - por associação mafiosa. "Pelo bem que eu quis para eles e pelo bem que eles quiseram para mim", escreveu Berlusconi na carta sobre Fascina e Dell'Utri.
Questionado pela ANSA, o ex-senador disse ter ficado "chocado" com a herança deixada por seu amigo. "Não esperava porque ele não me devia nada. O afeto continuaria mesmo sem esse gesto material, que demonstra a grandeza do homem. Eu dei tudo para ele, e ele deu tudo para mim", disse.
O ex-premiê morreu em 12 de junho de 2023, vítima de complicações de uma leucemia crônica. (ANSA)
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