Política

Câmara da Itália aprova criação de CPI da Covid

Votação foi boicotada por partidos de oposição

Câmara da Itália aprova criação de CPI da Covid
Giuseppe Conte (em primeiro plano) chamou CPI de 'farsa'

Redazione Ansa

(ANSA) - A Câmara dos Deputados da Itália aprovou nesta quinta-feira (6) um projeto de lei que institui uma comissão parlamentar de inquérito sobre a gestão da pandemia de Covid-19 no país.

O texto recebeu 172 votos a favor e nenhum contrário, além de quatro abstenções, e agora segue para o Senado. Os deputados do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) e do centro-esquerdista Partido Democrático (PD), ambos de oposição, boicotaram a votação.

"Eu os acuso diante do povo italiano: essa comissão é uma farsa, e não um ato de coragem política", disse o líder do M5S, Giuseppe Conte, premiê da Itália entre junho de 2018 e fevereiro de 2021, período que contempla a fase mais aguda da pandemia.

"Essa comissão, da forma como foi feita, ignorando todas as propostas da oposição, tem uma única finalidade: montar um tribunal político para atingir os membros dos governos anteriores", reforçou o deputado Roberto Speranza (PD), ministro da Saúde entre setembro de 2019 e outubro de 2022.

Os dois foram alvos recentemente de um inquérito sobre possíveis omissões no início da pandemia, mas a Justiça decidiu arquivar o caso.

O Parlamento é controlado atualmente pelo governo da premiê Giorgia Meloni, que passou todo o período mais grave da pandemia na oposição. "Vamos verificar tudo, inclusive os efeitos adversos das vacinas que alguns queriam que continuassem um tabu. Devemos isso aos italianos", prometeu a deputada Alice Buonguerrieri, do partido governista Irmãos da Itália (FdI).

A principal crítica do M5S e do PD diz respeito ao fato de a CPI excluir os governos regionais, alguns deles comandados pela coalizão de direita que dá sustentação a Meloni, principalmente o da Lombardia, epicentro da pandemia na Itália.

"Tal como está, essa comissão de inquérito é um pelotão de execução política com dois nomes: Giuseppe Conte e Roberto Speranza", declarou o ex-primeiro-ministro. (ANSA)

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