(ANSA) - Faltando três semanas para as eleições presidenciais e legislativas, o Equador atravessa uma perigosa espiral de violência, entre episódios de atentados, rebeliões em presídios e ações de facções criminosas que controlam parte do território e das prisões.
O governo atual do presidente Guillermo Lasso tenta administrar a situação com o emprego massivo de militares e agentes de polícia atuando nas ocorrências, além de medidas extraordinárias de ordem pública em algumas províncias do país.
Os últimos dias foram de alerta máximo por uma série de rebeliões, durante quatro dias, no interior da prisão El Litoral, na província de Guayas.
As revoltas foram suprimidas pelas forças de segurança, mas resultaram em 31 detentos mortos e 15 feridos.
O sistema carcerário equatoriano, sobrecarregado e praticamente privatizado nos últimos anos, tem atualmente cerca de 40 mil presos, contexto que explica as 14 rebeliões somente nos últimos 18 meses, resultando em pelo menos 458 mortes.
O governo foi questionado sobre o cenário pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos e admitiu que "algumas prisões são dominadas por grupos do crime organizado, incluindo alguns ligados a cartéis internacionais" e que "os problemas estruturais do sistema provocaram a perda progressiva da soberania do Estado nas prisões".
O cenário levanta preocupações sobre possíveis perturbações da ordem durante o pleito, marcado para 20 de agosto, convocado por Lasso para evitar seu processo de impeachment que seria analisado pelo Parlamento.
As pesquisas preveem mais votos para o partido Revolução Cidadã, do ex-presidente progressista Rafael Correa, mas deverá haver um segundo turno com uma possível união das forças de centro e direita. (ANSA).