Política

Itália não reconhece junta militar e trabalha em acordo no Níger

Vice-premiê disse que italianos no país estão em segurança

Redazione Ansa

(ANSA) - O governo italiano anunciou nesta segunda-feira (31) que não reconhece os militares responsáveis pelo golpe de Estado no Níger como novos líderes do país.

"Esperamos que a democracia possa ser restaurada no Níger com o presidente eleito Mohamed Bazoum, a quem apoiamos. Não reconhecemos a junta militar", afirmou o vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani.

A declaração é dada após o chanceler italiano conversar por telefone com o alto representante da União Europeia, Josep Borrell, e com a ministra francesa das Relações Exteriores, Catherine Colonna, sobre a crise.

O presidente eleito Mohamed Bazoum foi detido pelos golpistas no último dia 26 de julho e permanece em prisão domiciliar, enquanto o general Abdourahamane Tchiani foi nomeado como o novo líder do Níger.

Segundo Tajani, a Itália está na linha de frente para enfrentar a crise no Níger e está "trabalhando em uma solução diplomática para proteger a democracia", além de acompanhar constantemente os italianos que estão lá.

De acordo com o chanceler italiano, há pouco menos de 100 italianos no Níger e eles estão em segurança. No entanto, também segue o caso de dois cidadãos, um piloto e um técnico de manutenção aeronáutica de uma empresa do Lazio, que ficaram retidos em um hotel em Niamei.

"A Itália quer privilegiar a solução diplomática no Níger, depende muito de como se movem os países da África Ocidental. Haverá uma reunião dos Chefes de Estado-Maior na quarta-feira, entretanto há um ultimato de sete dias. Esperamos que não haja intervenções militares e que a situação possa ser resolvida com um acordo geral: aquele no qual a Itália está trabalhando para evitar derramamento de sangue", enfatizou.

Hoje, quatro ministros, um ex-ministro e o líder partidário de Bazoum foram presos em uma tentativa de "multiplicar as prisões ilegais", informou o partido presidencial em comunicado à AFP. São eles: o ministro do Petróleo, Mahamane Sani Mahamadou - filho do ex-presidente Mahamadou Issoufou -, o ministro das Minas, Ousseini Hadizatou, o presidente da Comissão Executiva Nacional do PND, Fourmakoye Gado, o ministro do Interior, Hama Amadou Souley, o ministro dos Transportes, Oumarou Malam Alma, e o deputado e ex-ministro da Defesa, Kalla Moutari".

O partido exigiu a "libertação imediata" dos ministros detidos e "sequestrados injustamente", afirmando que teme que o Níger esteja caminhando para "um regime ditatorial e totalitário".

 Além disso, o Ministério de Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha informou ter suspendido todos os pagamentos ao governo do Níger e decidido interromper o trabalho de desenvolvimento bilateral.

Por sua vez, o Kremlin se diz "a favor" da "rápida restauração do Estado de Direito" no Níger e "da moderação de todas as partes para que não haja vítimas", afirmou o porta-voz de Putin, Dmitri Peskov, expressando "grave preocupação" com a situação no país africano.

Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a "UE e o Níger compartilham laços profundos que se desenvolveram ao longo de décadas". No entanto, "o ataque inaceitável ao governo democraticamente eleito põe em risco esses laços". (ANSA).
   

Leggi l'articolo completo su ANSA.it