Política

General anti-LGBTQ exclui entrada na política italiana

Vannacci foi convidado para tentar vaga de Berlusconi no Senado

General é alvo de polêmica após publicação de livro

Redazione Ansa

(ANSA) - O general Roberto Vannacci, destituído após criticar homossexuais, o feminismo, o ambientalismo e os imigrantes em seu livro, excluiu neste domingo (20) sua entrada na política italiana.

A confirmação foi feita à ANSA após o partido de extrema-direita italiano Força Nova (FN) convidá-lo para ingressar na legenda para tentar a vaga de Silvio Berlusconi no Senado, em votação que será realizada no colégio eleitoral do distrito de Monza provavelmente no fim de outubro.

"Sou militar e quero continuar sendo militar. Agradeço sempre a quem confia em mim e o faço também em relação a um partido político, qualquer partido político. No entanto, continuarei a ser militar e não tenho planos para outras atividades", disse ele.

Segundo Vannacci, "é claro que as ofertas que recebe, em qualquer área, são demonstrações de confiança", por isso sempre agradece a confiança que depositam nele. "Não tenho planos para outras coisas continuo a ser militar", enfatizou.

O general foi alvo de polêmica na Itália após escrever frases preconceituosas ao se referir a casais gays, imigrantes, feministas, além de fragmentos controversos a respeito das questões da legítima defesa e de ambientalismo em seu livro "Il mondo al contrario" ("O mundo ao contrário", em tradução livre).

Sobre o valor político do conteúdo da obra, Vannacci explica que nunca fez política e não escreveu um livro político. "Escrevi o livro para descrever as coisas que, na minha opinião, podem ser melhoradas. Coloquei por escrito minhas ideias sobre vários temas, até dediquei um capítulo aos impostos. O meu livro não deve ser associado a nenhum partido político porque não é assim", acrescentou.

A publicação fez o ministro da Defesa da Itália, Guido Crosetto, cumprir uma ação disciplinar contra o general, destituindo do cargo de chefe do Instituto Geográfico Militar de Florença.

Em publicação nas redes sociais hoje, Crosetto reforçou que teria se comportado exatamente igual se Vannacci tivesse escrito um livro sustentando teses opostas às que defende nestas.

"É a ele quem devo respeitar e disciplinar como jurei fazer, com honra e de acordo com os regulamentos", afirmou Vannacci à ANSA ao comentar a declaração. (ANSA).
   

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