(ANSA) - O presidente da China, Xi Jinping, foi recebido nesta segunda-feira (21) em Pretória pelo presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, para a visita de Estado em que participará da cúpula do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul).
A 15ª reunião do bloco começa nesta terça-feira (22), em Johanesburgo, a partir das 11h (horário de Brasília), sendo o primeiro encontro presencial do bloco desde o início da pandemia de Covid-19.
Segundo a mídia estatal chinesa, Xi declarou: "O mecanismo de cooperação é uma plataforma chave para os mercados emergentes e os principais países em desenvolvimento, e uma força construtiva para o crescimento econômico mundial, para uma melhor governança global e maior democracia nas relações internacionais".
Ele também disse estar "otimista de que a reunião se tornará uma pedra fundamental no desenvolvimento do mecanismo e contribuirá a aumentar a unidade e a cooperação dos países em desenvolvimento a um nível mais alto".
Xi também fez questão de ressaltar a importância do "diálogo sino-africano entre líderes, para definir as modalidades para uma cooperação mais próxima, um maior desenvolvimento e um mundo mais pacífico".
Já nesta terça-feira (22), o presidente chinês disse que a China e a África do Sul estão em um novo "ponto de partida histórico": "Estamos herdando amizade, aprofundando a cooperação e fortalecendo a coordenação, aspirações dos dois países, que são tarefas importantes confiadas a nós pelo tempo".
Já Cyril Ramaphosa afirmou: "Agora como amigos e parceiros Brics, estamos juntos em nosso objetivo compartilhado e busca por um mundo melhor e mais igualitário, que liberte o potencial de todas as pessoas no mundo".
O evento terá a presença dos chefes de Estado de todos os países membros, exceto a Rússia, que terá o presidente Vladimir Putin participando remotamente por ter um mandado de prisão em aberto pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) pelas ações da invasão à Ucrânia. Ele será representado presencialmente por seu chanceler, Sergey Lavrov.
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o premiê indiano, Narendra Modi, também já estão no país, que ainda irá receber líderes de outras 50 nações e deverá tratar sobre os pedidos de entrada de outros países no bloco, já que há mais de 40 interessados formal e informalmente.
O primeiro evento será o diálogo do Fórum Empresarial do Brics, e às 13h (horário de Brasília) está prevista uma reunião do retiro dos líderes do grupo.
O tema da cúpula é "Brics e a África", no contexto em que o continente é quase um "campo de batalha diplomático", com os Estados Unidos, a Rússia e a China buscando influência.
A reunião também acaba por sublinhar divisões a respeito da guerra na Ucrânia e o apoio que a Rússia recebe dos parceiros Brics enquanto enfrenta quase um isolamento global por outras nações: África do Sul, China e Índia não condenaram a invasão, e o Brasil se recusa a se unir a outros países para enviar armas à Ucrânia e impor sanções a Moscou. (ANSA).