Política

Meloni é ameaçada antes de visita ao sul da Itália

Mensagens questionam restrição da renda de cidadania

A premiê Giorgia Meloni visitará sul da Itália nesta quinta-feira (31)

Redazione Ansa

(ANSA) - A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, recebeu ameaças nas redes sociais por conta de sua visita a Caivano, no sul do país, para prestar solidariedade às famílias de duas crianças vítimas de estupro coletivo na cidade.

A visita ocorrerá nesta quinta-feira (31), mas as intimidações se devem à abolição gradual do programa renda de cidadania, que beneficia sobretudo famílias pobres da Itália meridional, promovida pelo governo Meloni.

"Eu te aconselharia a ficar em casa. 160 mil famílias que ficaram sem a renda de cidadania estão como loucas. Tem certeza que conseguirá voltar para casa?", escreveu no Facebook uma mulher que vive em Nápoles, a 20 quilômetros de Caivano.

Outros usuários ainda acrescentaram diversos comentários contra a premiê, incluindo com desejos de morte. No Twitter, um internauta acusa Meloni de usar os casos de estupro como "passarela" e pede para os moradores locais a receberem com "tomates" por conta das ações contra a renda de cidadania.

O governo vem diminuindo periodicamente o número de beneficiários do programa, bandeira do partido antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), hoje na oposição, e instituído no governo de Giuseppe Conte, em 2019.

A renda de cidadania distribui subsídios mensais de até 1.050 euros (R$ 5,6 mil) para famílias pobres, com a contrapartida de que os beneficiários se inscrevam em plataformas de emprego e aceitem ofertas de trabalho quando possível.

A ideia do governo Meloni, no entanto, é substitui-la por outro benefício voltado apenas a famílias com pessoas com deficiência, menores de idade ou maiores de 60 anos.

Após as ameaças, a premiê recebeu mensagens de solidariedade de todo o campo político, incluindo do M5S. "As ameaças recebidas por Meloni são graves e inaceitáveis, portanto expressamos nossa sincera solidariedade. Discordar de escolhas políticas do governo é legítimo, mas o uso da violência nunca é justificável", afirmou o partido. (ANSA)

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