(ANSA) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta quinta-feira (31) o decreto que cria o programa Brasil Sem Fome, que estabelece a meta de tirar o país do Mapa da Fome da ONU até 2030.
A assinatura ocorreu em cerimônia realizada em Teresina, no Piauí.
"O problema não é falta de comida, é que o povo não tem dinheiro para o acesso à comida. A gente só vai acabar com a fome ao garantir que todo trabalhador tenha emprego e salário para comprar o que quiser", declarou o presidente.
"A riqueza produzida não é repartida em igualdade de condições. Alguns podem comer dez vezes por dia, outros ficam dez dias sem comer. Precisamos corrigir", acrescentou.
O programa também coloca as metas de reduzir a taxa de pobreza e a insegurança alimentar.
Para Lula, o programa, assim como o Bolsa Família, é um paliativo "de urgência, até arrumar definitivamente a casa".
O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, ressaltou a integração entre programas: "Nós vamos de novo tirar o Brasil do Mapa da Fome, reduzir a pobreza, trazendo dignidade.
Com casa, energia, água, comunicação".
O ministro também garantiu que haverá diálogo e integração do governo federal com estados e municípios para a aplicação do projeto.
Entre os pontos do programa, está previsto o investimento de R$ 25 milhões para compra de alimentos de agricultura familiar para cozinhas solidárias.
Também estiveram no lançamento a primeira-dama, Janja; as ministras do Meio Ambiente, Marina Silva; da Igualdade Racial, Anielle Franco; das Mulheres, Aparecida Gonçalves, e o ministro de Portos e Aeroportos, Marcio França.
O Brasil havia saído do Mapa da Fome em 2014, no governo da petista Dilma Rousseff, mas voltou em 2022, na gestão de Jair Bolsonaro (PL).
No ano passado, o país registrava cerca de 33 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar grave, segundo a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan).
Ao todo, o Brasil Sem Fome conta com 80 ações e programas do governo federal e mais de 100 metas organizadas em três eixos: acesso a renda, trabalho e cidadania; alimentação adequada e saudável; e mobilização para o combate à fome. (ANSA).