(ANSA) - A crise econômica da Argentina ganhou uma nova repercussão sobre as relações com os países vizinhos, que denunciam "medidas unilaterais e desequilíbrios comerciais": em um comunicado divulgado no domingo (10), Brasil, Bolívia, Paraguai e Uruguai acusam Buenos Aires de ter introduzido um pedágio sobre o trânsito de mercadorias em sua porção da hidrovia dos rios Paraguai e Paraná.
A medida, segundo o comunicado, contraria o acordo internacional de Santa Cruz e portanto os países pedem que o governo argentino revogue os dois decretos de setembro de 2022 que impõem uma taxa de cerca de US$ 1,50 (R$ 7,40) por tonelada de mercadoria.
A ação conjunta foi promovida principalmente pelo governo do Paraguai, que transporta 80% de suas exportações por vias fluviais e denuncia também a apreensão de um navio de combustível por falta de pagamento da taxa.
O presidente paraguaio, Santiago Peña, se expressou duramente contra Buenos Aires em uma entrevista à TV argentina, reforçando o conteúdo do comunicado e acusando o governo de Sergio Massa de estar devendo o pagamento de US$ 150 milhões (R$ 740 mi) pela energia obtida da central hidrelétrica binacional de Yacyretá.
Peña disse que a crise argentina e a forte desvalorização do peso estão gerando desequilíbrios em vários níveis e citou entre os problemas o contrabando de produtos de primeira necessidade na fronteira (especialmente alimentos e combustível), questão que já havia sido sinalizada também pelo governo do Uruguai.
(ANSA).