(ANSA) - A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, disse nesta terça-feira (12) que preparar a lei orçamentária de 2024 "com recursos limitados" é "o verdadeiro desafio" que seu governo enfrenta.
A declaração foi dada durante discurso na assembleia de seu partido Irmãos da Itália (FdI) e é uma resposta às contínuas campanhas de escândalos falsos, das críticas e até os inúmeros pedidos de demissão" vistos nos últimos meses.
"Preparar o orçamento com recursos limitados é o verdadeiro desafio", afirmou ela, explicando que o foco do orçamento é ajudar famílias e pessoas de baixa renda e melhorar os cuidados de saúde.
Além disso, acrescentou que o próximo ano será de "grandes reformas" e do "plano Mattei" - um projeto que leva o nome de Enrico Mattei, fundador da petrolífera Eni, centrado na cooperação energética com os países africanos e na contenção da migração irregular.
A premiê italiana admitiu que a situação econômica era "difícil", ao mesmo tempo que enfatizou que o nível de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da Itália deverá permanecer "acima da média europeia" e saudou os "números recordes" de emprego.
Durante seu pronunciamento, Meloni também criticou a oposição por atacar o governo pela queda de 0,4% do PIB registrada no segundo trimestre deste ano em relação ao primeiro.
"Fico muito zangada por vê-los celebrar cada pequena dificuldade que a Itália enfrenta. No último trimestre, o nosso PIB contraiu-se ligeiramente e eles comemoraram como um gol na final da Copa do Mundo. As pessoas torceram contra a Itália, abrindo garrafas e comemorando em suas varandas a queda do PIB", recordou.
A primeira-ministra italiana aproveitou para reiterar sua defesa ao imposto inesperado que o governo impôs aos bancos depois dos aumentos das taxas de juros do Banco Central Europeu (BCE) terem levado a lucros mais elevados.
"Eles até se opuseram à tributação dos lucros excedentes dos bancos. Sabe por quê? Porque eles não tiveram a coragem que nós tivemos. Mas eu defendo essa medida, que não tem intenção de punir. É uma regulamentação justa", afirmou.
Em relação às próximas eleições europeias, nas quais pediu o máximo empenho, Meloni disse ter alcançado objetivos impensáveis na Itália, o que poderia fazer também na Europa.
Por fim, comentou sobre a crise de migrantes e garantiu que "não existem soluções efêmeras, mas sim estruturais" e duradouras.
"Estamos no governo da nação e, para nós, servir os interesses da Itália é uma prioridade. E tenho certeza de que até mesmo os nossos preciosos aliados do governo estão cientes do fato de que o peso que todos nós temos sobre os nossos ombros é tão sério que não nos permite desperdiçar energia em atitudes egoístas de qualquer espécie. Devemos dar tudo o que temos para dar aos italianos, em quem sempre acreditamos", concluiu. (ANSA).